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Marina: saída de Palocci pode agravar diálogo político

Ex-senadora considerou que a presidente precisava achar uma 'Dilma da Dilma'

Marina Silva defende maior diálogo entre governo e Congresso

Marina Silva defende maior diálogo entre governo e Congresso

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 16h26.

Por Daiene Cardoso

São Paulo - A ex-senadora Marina Silva avaliou hoje que o governo da presidente Dilma Rousseff carece de mais diálogo com o Congresso Nacional e que, com a saída de Antonio Palocci da chefia da Casa Civil, o problema poderá se agravar. Em seminário sobre sustentabilidade, realizado hoje em São Paulo, Marina comparou a demissão de Palocci com a saída do então ministro José Dirceu do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nós não tivemos um problema na liderança política porque o Lula é a liderança política. Neste caso, a presidente Dilma tem um perfil gerencial e a nova chefe da Casa Civil (Gleisi Hoffmann), também. Portanto, deve haver uma conexão urgente com a dimensão política", analisou a candidata derrotada do PV à Presidência da República em 2010.

Marina acredita que a saída de Palocci foi necessária em virtude do desdobramento da crise política deflagrada pelas denúncias de rápido enriquecimento do ex-ministro. Para ela, Palocci demorou a dar explicações. "Explicação pública é fundamental e isso (demora em se explicar) deu um prejuízo político, sim, para o governo", afirmou Marina, que espera investigações sobre a evolução patrimonial de Palocci mesmo após a saída dele do governo.

A ex-senadora revelou ainda que, no início da crise política, ela já avaliava que Dilma precisaria encontrar a sua própria Dilma. "Eu disse para alguns amigos que a presidente Dilma precisava encontrar a Dilma dela." Questionada se Gleisi pode ser essa pessoa, Marina desconversou. "É uma pergunta para você deixar no ar", respondeu a ex-presidenciável após alguns segundos pensando na resposta.

De acordo com Marina, Dilma precisa entrar na articulação política com o Congresso e ninguém pode fazer isso por ela, nem mesmo seu vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP). "Não se pode substituir o papel da presidente", justificou. A ex-senadora ressaltou que o diálogo com o Parlamento é importante para governabilidade. "A política é fundamental na mediação de conflitos e na busca de soluções."

Temer

Marina recomendou a Temer que, neste momento de crise, se inspire no ex-vice-presidente da República José Alencar, morto no fim de março. "Sem uma pessoa no governo como nosso vice José Alencar, que foi muito importante nos momentos de crise que o presidente Lula atravessou, fica difícil. Ele foi um ponto de equilíbrio. Espero que haja responsabilidade política para que o Brasil não tenha qualquer tipo de retrocesso."

Além de citar Alencar, Marina mencionou o ex-vice-presidente Marco Maciel como exemplo de alguém que cumpriu seu papel de vice. "Não vou ficar aqui dizendo a altura ou a profundidade das pessoas. Nosso saudoso vice-presidente (Alencar) deve ser a inspiração para qualquer vice. Estou dizendo que ele (Temer) pode se inspirar em José Alencar."

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