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Marechal de 79 anos comandará transição no Egito

Ministro da Defesa do governo Mubarak, Mohamed Hussein Tantawi vai chefiar o conselho militar responsável por comandar o país até a realização das eleições

Mohamed Hussein Tantawi será o responsável pela transição no Egito (Helene C. Stikkel/U.S. military/ Wikimedia Commons)

Mohamed Hussein Tantawi será o responsável pela transição no Egito (Helene C. Stikkel/U.S. military/ Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 15h32.

Brasília – O chefe da junta militar que comandará o processo de transição política no Egito é o atual ministro da Defesa, marechal Tantawi, de 79 anos. Tantawi ainda não se manifestou nem informou quem integrará seu grupo.

O embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, disse à Agência Brasil que há uma “grande expectativa” sobre o futuro do país. Ele disse que a oposição está reunida para definir as negociações com o governo de transição.

Melantonio Neto afirmou que não é possível afirmar se o próximo governo seguirá os princípios de democracia do mundo ocidental. “É impossível fazer qualquer prognóstico. O que a oposição espera é que sejam realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte que irá modificar a atual Constituição. Em seguida, devem ocorrer as eleições presidenciais”, explicou.

O embaixador afirmou que o processo de abertura democrática dependerá dos próximos acontecimentos no país. Segundo ele, a sociedade egípcia e as autoridades estrangeiras aguardam o detalhamento sobre as providências que serão tomadas pela junta militar.

Para Melantonio Neto, está descartada a hipótese de um governo religioso assumir o poder no Egito. De acordo com ele, o principal grupo oposicionista religioso, a Irmandade Islâmica informou que não apresentará candidato próprio e, sim, apoiará um nome de consenso da oposição. O embaixador disse que os religiosos têm, no máximo, 30% do total de votos da oposição.

Em casos de governos de transição, como agora no Egito, a orientação, conforme Melantonio Neto, é para manter as atividades diplomáticas no país. Ele disse que a Embaixada do Brasil no Egito priorizou o atendimento consular – a assistência a brasileiros que vivem no país, a turistas em viagem e a jornalistas – e o acompanhamento da evolução dos acontecimentos.

O embaixador contou que se mantém em contato com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a espera de orientações. Ainda hoje, o Ministério das Relações Exteriores divulgará nota em manifestação às renúncias do ex-presidente egípcio, Hosni Mubvarak, e do vice-presidente, Omar Suleiman.

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