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Maré negra: poço será selado totalmente no sábado

Perfuração estava interrompida há mais de um mês por conta da tempestade tropical Bonnie

Poço da BP que sofreu uma explosão em 20 de abril, derramando 4,9 milhões de barris de petróleo no Golfo do México (Arquivo/AFP)

Poço da BP que sofreu uma explosão em 20 de abril, derramando 4,9 milhões de barris de petróleo no Golfo do México (Arquivo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Washington - A British Petroleum (BP) anunciou nesta sexta-feira que o poço avariado no Golfo de México - causador da maior maré negra da história americana - será selado definitivamento no sábado.

"Espera-se que o poço MC252 esteja completamente selado no sábado", informou a companhia em uma declaração.

As autoridades americanas haviam anunciado horas antes que os engenheiros interceptaram o buraco com um poço auxiliar por onde bombearão concreto dentro e em torno do poço, concluindo definitivamente a selagem através de uma operação batizada "bottom kill".

Interrompida há mais de um mês pela ameaça de uma tempestade tropical, a perfuração do poco auxiliar foi retomada na segunda-feira.

A explosão em 20 de abril da plataforma Deepwater Horizon, explorada pela BP, provocou o vazamento de 4,9 milhões de barris de petróleo ao Golfo de México.

A perfuração do poço de auxílio - e de um segundo por precaução - começou quase imediatamente depois da explosão da plataforma Deepwater Horizon.


O vazamento foi interrompido em 15 de julho, quando foi instalado um tampão na boca do poço no fundo do mar, que depois foi cimentado. Mas desde então, as autoridades consideraram que a operação "bottom kill" continuava sendo necessária.

A perfuração dos poços de auxílio tinha sido interrompida há mais de um mês devido à ameaça causada pela tempestade tropical, e foi reiniciada no início desta semana.

A selagem definitiva do poço encerrará um capítulo da pior mancha de óleo da história dos Estados Unidos. O segundo capítulo corresponde à questão judicial e financeira.

O vazamento contaminou a costa de vários estados e prejudicou muitos americanos, em especial pescadores e comerciantes das praias do Golfo do México.

A investigação sobre as causas do acidente continua, e a BP anunciou recentemente que pretendia defender-se com unhas e dentes, citando que as responsabilidades eram divididas e apontou as outras companhias que trabalham na plataforma, como Transocean e Halliburton.

A mancha de petróleo custou até agora 8 bilhões de dólares ao grupo BP. Além disso, a companhia aceitou criar um fundo de 20 bilhões de dólares para indenizar as vítimas da mancha de óleo.


Segundo documentos judiciais divulgados nesta semana, a administração americana não exclui a possibilidade de condenar a BP com uma lei que protege a limpeza da água. A lei permite que as autoridades exijam ao menos 1.100 dólares por barril derramado, o que somaria mais de 5 bilhões de dólares.

O caso também tem consequências para o conjunto do setor. O Golfo do México é o principal local de extração petroleira americana e produz um quarto do petróleo e gás consumido no país, segundo um estudo.

A administração de Barack Obama revelou na quarta-feira uma nova regulamentação que obriga as companhias petroleiras da região a tapar os poços inativos de forma definitiva e desmontar as plataformas abandonadas.

Na região, há cerca de 3.500 poços inativos que atualmente estão obstruídos por válvulas de segurança menos confiáveis que os tampões definitivos.

Em torno de 40.000 poços foram perfurados no Golfo do México desde 1947.

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