Pela lei americana, a BP pode ter que pagar de 1.100 a 4.300 dólares de multa por barril derramado e não recuperado (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Washington - O grupo petrolífero BP deverá pagar "uma importante penalidade financeira" pelo derramamento de óleo no Golfo do México, declarou neste domingo uma conselheira da Casa Branca, recusando-se a confirmar se os Estados Unidos iriam abrir o processo por negligência.
"A BP será claramente responsabilizada", declarou Carol Browner, assessora do presidente Obama para questões de energia e mudanças climáticas. "Haverá uma importante penalidade financeira", declarou durante a emissão "Meet the Press" do canal NBC.
Mas Browner mostrou-se vaga sobre a questão da abertura do processo na justiça contra o grupo britânico pela administração Obama. "Não vou comentar sobre a investigação do departamento de Justiça" em relação às ações da BP antes e durante a maré negra, disse.
No total, cerca de 4,9 milhões de barris de petróleo, ou seja, 780 milhões de litros, vazaram do poço. Desse montante, 800 mil barris (127 milhões de litros) foram recuperados, segundo as últimas estimativas do governo americano.
De acordo com a lei americana, a BP pode ser obrigada a pagar de 1.100 dólares a 4.300 dólares de multa por barril derramado e não recuperado, se for comprovado que o grupo é culpado por negligência, o que significa uma multa total de até 17,6 bilhões de dólares.
Além disso, a Casa Branca exigiu que a BP criasse um fundo de 20 bilhões de dólares para indenizar moradores e empresas da região do Golfo do México afetados pelo vazamento. O fundo deve ser lançado "nos próximos dias", disse Browner.
Por sua vez, o almirante Thad Allen, encarregado de coordenar a luta contra a maré negra pelo governo americano, insistiu, na CNN, sobre o fato de que ainda havia muito o que fazer depois da operação de cimentação do poço, realizada na quinta-feira pela BP.
"Ainda há muito petróleo para retirar e devemos continuar a limpeza", disse.
Além disso, "nós devemos fazer uma avaliação dos danos causados aos recursos naturais", acrescentou, citando "os efeitos permanentes nos alevinos e nas reservas de frutos do mar, que ainda vamos quantificar".
Cerca de três quartos do óleo que foi derramado no Golfo do México já foram eliminados, segundo um relatório governamental americano publicado na quarta-feira.
Na sexta-feira, a Agência Americana de Medicamentos e da Alimentação (FDA) afirmou que os dispersantes utilizados para combater a maré negra não se acumulariam nos organismos marinhos e, consequentemente, não afetariam os humanos que os consumirem.