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Marco Rubio se diz otimista sobre negociações para libertar reféns em Gaza

Rubio advertiu, no entanto, que o diálogo indireto que se iniciará nesta segunda no Cairo, como parte da primeira fase da proposta de Trump, ainda não representa a cessação completa das hostilidades

Marco Rubio: secretário considera que as negociações do plano impulsionado pela Casa Branca levarão à libertação de todos os reféns em Gaza e ao fim da guerra (Nathan Howard/AFP)

Marco Rubio: secretário considera que as negociações do plano impulsionado pela Casa Branca levarão à libertação de todos os reféns em Gaza e ao fim da guerra (Nathan Howard/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 5 de outubro de 2025 às 13h09.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, mostrou-se otimista neste domingo de que as negociações do plano impulsionado pela Casa Branca levarão à libertação de todos os reféns em Gaza e ao fim da guerra entre Israel e Hamas, embora tenha insistido que ainda restam obstáculos a serem superados.

Rubio advertiu que o diálogo indireto que se iniciará nesta segunda no Cairo (Egito), entre negociadores israelenses e o grupo islâmico palestino, como parte da primeira fase da proposta do presidente Donald Trump, "ainda não" representa a cessação completa das hostilidades.

"Ainda há muito a ser feito", disse Rubio em uma entrevista à emissora NBC, onde destacou que as partes em diálogo devem determinar primeiro como será a entrega de reféns e a troca por prisioneiros palestinos, para depois se concentrarem na criação de uma nova liderança palestina no devastado enclave.

Questionado sobre se os reféns seriam libertos nesta mesma semana, o secretário de Estado evitou dar uma data concreta e, em vez disso, assegurou que esperam que a devolução "seja o mais breve possível".

"Isto é o mais perto que já estivemos de libertar todos os reféns, todos e cada um, os 48, incluindo os 28 falecidos. Mas há muitos obstáculos no caminho. Resta muito trabalho pela frente", insistiu, desta vez à emissora ABC News.

A proposta de 20 pontos de Trump, aceita por Israel, contempla em uma primeira fase uma troca dos 48 reféns, vivos e mortos, por prisioneiros palestinos, após a qual haveria um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, onde mais de 66 mil pessoas morreram em quase dois anos de guerra.

O Hamas anunciou que aceita a libertação de todos os reféns, conforme estipulado no plano do mandatário americano, embora tenha exigido "prover as condições no terreno para o processo de troca".

O grupo islâmico também pediu para negociar alguns dos pontos da proposta, que inclui a formação de um governo de transição para Gaza, supervisionado pelo próprio Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, além da possibilidade de negociar no futuro um Estado palestino, algo a que o governo israelense se opõe.

A Casa Branca confirmou que o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, viajou ao Cairo para avançar nas negociações sobre o plano antes de sua implementação.

O próprio presidente americano anunciou ontem que Israel concordou com uma linha inicial de retirada em Gaza e conclamou o Hamas a aceitar os termos para, assim, impulsionar o diálogo.

Rubio destacou hoje à NBC que, antes que as tropas israelenses continuem sua retirada, as partes devem determinar quem assumirá o controle do território.

"Quando pedimos a Israel: 'Vocês estão na linha amarela, agora precisam entregar tudo o que está para trás', eles precisam ter a quem entregar. Então, sejamos realistas. Não se pode simplesmente estabelecer uma nova estrutura de governo dentro de Gaza em 72 horas", concluiu.

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