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Marcha pressiona por negociações sobre mudanças climáticas

Diversos ativistas participaram de passeata em Lima, Peru, para pressionar conferência da ONU por acordo que favoreça combate ao aquecimento global

Ativistas fazem marcha em Lima, no Peru, para pressionar conferência climática da ONU (Mariana Bazo/Reuters)

Ativistas fazem marcha em Lima, no Peru, para pressionar conferência climática da ONU (Mariana Bazo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 22h50.

Lima - Ativistas ambientais, indígenas e organizações sociais participaram de uma passeata nesta quarta-feira, em Lima, para pressionar a conferência climática da ONU por um acordo multilateral que favoreça as energias limpas e permita conter o aquecimento global no futuro.

No meio da manhã, milhares de pessoas, algumas vestidas de duendes verdes protetores das florestas, partiram em um trajeto de cinco quilômetros do Campo de Marte até a praça San Martin, na chamada Marcha dos Povos.

A manifestação começou no ritmo da canção "Água não é negócio", que um grupo de jovens acompanhou com tambores e danças.

"Mudem o sistema", clamavam os manifestantes, muitos vindos de Brasil, Equador e Bolívia, que exigiram aos seus governantes proteger os recursos naturais.

A manifestação, que os organizadores esperam ser uma das maiores demonstrações ambientalistas recentes na América Latina, segue uma marcha celebrada em setembro em Nova York.

Fundo verde

Na conferência sobre o clima (COP20), as sessões de quarta-feira começaram com a entrega ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, de uma petição com 2,2 milhões de assinaturas solicitando um mundo com 100% de energias limpas em 2050.

À margem das negociações, os países da Aliança do Pacífico - Peru, Chile, Colômbia e México - declararam seu compromisso comum em impulsionar ações de mitigação às mudanças climáticas.

Os presidentes do México, Enrique Peña Nieto; do Peru, Ollanda Humala; e da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciaram que vão aportar 22 milhões de dólares ao Fundo Verde, destinado a apoiar os países na adaptação e na mitigação dos efeitos do aquecimento global.

O México, que na conferência de Copenhague, em 2009, foi o impulsionador da criação deste fundo, aportará 10 milhões de dólares, enquanto Peru e Colômbia doarão outros US$ 6 milhões cada um.

"Com estas e outras ações, o México está fazendo sua parte", disse Peña Nieto.

O Fundo Verde tinha alcançado na véspera US$ 10 bilhões, com aportes da Austrália, de US$ 165 milhões, e da Bélgica, de US$ 54 milhões.

O financiamento para a adaptação foi estabelecido em 100 bilhões de dólares ao ano a partir de 2020.

"Não estamos diante de uma meta utópica ou inalcançável", afirmou Humala, ao comparar estes recursos com o gasto militar no mundo.

Enquanto isso, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, lembrou que seu país se comprometeu voluntariamente em reduzir 20% suas emissões de carbono até 2020 com base nas de 2007.

"Mas queremos que estes compromissos sejam submetidos a algum tipo de revisão", afirmou Bachelet.

Nesta quinta-feira estará na COP20 o secretário de Estado, John Kerry, depois que os Estados Unidos anunciaram um acordo com a China para reduzir as emissões de carbono e prometeram US$ 3 bilhões até 2020 em ajuda aos países vulneráveis às mudanças climáticas.

Pouco tempo para agir

Os delegados têm até a próxima sexta-feira para avançar no acordo que será levado dentro de um ano na conferência de Paris, na qual serão selados os compromissos multilaterais a partir de 2020.

Estes compromissos devem assegurar que, no fim do século, o aquecimento global não seja superior a 2 graus Celsius, medidos desde a era pré-industrial.

Com as emissões atuais, a superfície terrestre esquentará 4º C mais este ano, uma ameaça à segurança alimentar e à disponibilidade de água potável, bem como de eventos climáticos extremos.

Segundo estudo da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), divulgado nesta quarta-feira, "se a temperatura média de América Latina e Caribe aumentar 2,5º C (provavelmente por volta de 2050), os custos econômicos das mudanças climáticas poderão chegar a 1,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) atual da região".

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