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"Marcha das vadias" em Paris contra o machismo e as agressões sexuais

Manifestantes caminharam atrás de faixa que dizia "Não é não. Um estupro jamais é consentido, nem provocado, e nunca a culpa é da vítima"

"Marcha das vadias" reúne mulheres contra o machismo e violências sexuais em Paris (Johanna Leguerre / AFP)

"Marcha das vadias" reúne mulheres contra o machismo e violências sexuais em Paris (Johanna Leguerre / AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2011 às 17h47.

Paris - Aproximadamente 100 mulheres participaram neste sábado em Paris de uma "marcha das vadias" para protestar contra o machismo e o ato de culpar as vítimas de agressões sexuais.

Vestidas com saias curtas, shorts e algumas com seus sutiãs a mostra, as manifestantes, que levaram balões vermelhos em forma de coração, desfilaram desde Montparnasse até a Place du Pantheon atrás de uma faixa escrita: "Não é não. Um estupro jamais é consentido, nem provocado, e nunca a culpa é da vítima".

"Estou aqui porque estou farta de escutar frases desagradáveis no telhado quando me visto bem, ou que apertem minha bunda nas festas. Somos mulheres, temos seios e bunda e não existe motivo para esconder", explicou à AFP Flora Birster, uma estudante de 20 anos, com um vestido decotado.

"Nenhuma forma de violência ou violação é aceita, desculpável ou tolerável. Ninguém pode nos dizer como nos vestir", afirmou Marie Surgeres, 33 anos, que disse ter sido vítima de estupro.

"O caso Strauss-Kahn revelou o machismo de nossa sociedade. Mas a 'slutwalk' (marcha das vadias) nasceu fora deste caso", disse Gaelle Hym, líder nacional da organização Slutwalk na França.

A "slutwalk" é um conceito que nasceu em Toronto no mês de abril em resposta "às declarações machistas de um policial" que investigava uma série se estupros em uma universidade, segundo uma partidária da Slutwalk francesa.

"Durante uma reunião de prevenção, este policial aconselhou as mulheres de não se vestirem como 'sluts' (vadias) se não quisessem ser estupradas", explicou.

A organização afirma que na França 137 mulheres são estupradas diariamente, e a cada dois dias e meio uma mulher morre vítima de violência doméstica.

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