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Marcha contra racismo reúne milhares de pessoas em Washington

A marcha planejada há meses ganhou mais força após o assassinato de Jacob Blake no estado de Wisconsin

"Planejei esta viagem há meses. Espero que haja justiça", disse uma mulher negra de 47 anos (Eric Lee/Bloomberg/Getty Images)

"Planejei esta viagem há meses. Espero que haja justiça", disse uma mulher negra de 47 anos (Eric Lee/Bloomberg/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 14h45.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 15h27.

Milhares de manifestantes começaram a se reunir nesta sexta-feira, 28, para uma grande marcha em Washington planejada há meses, mas que foi alimentada pela violenta prisão de um cidadão negro em Kenosha, no estado de Wisconsin, a qual reacendeu a indignação.

Os protestos do movimento antirracismo nos Estados Unidos haviam diminuído, mas a indignação voltou a ganhar força no domingo, depois que o afro-americano Jacob Blake foi baleado várias vezes pela polícia, em Kenosha.

Após dias de protestos violentos e depois que duas pessoas foram baleadas por um civil em uma das marchas, milhares de manifestantes devem tomar o National Mall, em Washington, para um ato em memória do histórico discurso "Eu tenho um sonho", feito em 1963 pelo líder dos direitos civis Martin Luther King Jr.

Marcha contra racismo reúne milhares de pessoas em Washington

A manifestação foi apelidada de Get Our Knee Off ("Tire seu joelho de cima", numa tradução livre), em referência às últimas palavras de George Floyd, um americano negro sufocado por um oficial branco em Minneapolis. O episódio provocou os distúrbios mais massivos em décadas no país.

Pela manhã, milhares de pessoas com máscaras, devido ao coronavírus, fizeram fila para verificar a temperatura e entrar no perímetro do National Mall.

No calor úmido do final do verão, centenas se aglomeravam nos poucos locais com sombra.

"Planejei esta viagem há meses. Cheguei aqui um pouco depois das 6 horas, então não dormi muito na noite passada. Espero que haja justiça", disse Gardner, uma mulher negra de 47 anos de Cincinnati.

NBA na linha de frente

Blake sobreviveu e está hospitalizado, mas pode nunca mais voltar a andar, de acordo com seu advogado. Seu pai, também chamado Jacob Blake, relatou que ele está algemado à cama.

"Ele não pode ir a lugar algum. Por que o estão algemando na cama?", questionou, em entrevista à imprensa local.

As autoridades identificaram o policial que abriu fogo contra Blake como Rusten Sheskey. O agente foi suspenso, mas não foi preso nem enfrentou acusações.

Na sexta-feira, o Departamento de Justiça de Wisconsin disse que outros dois policiais, Vincent Arenas e Brittany Meronek, estiveram envolvidos no episódio. De acordo com as autoridades, dois agentes tentaram dominar Blake com uma pistola de choque antes que ele entrasse em seu carro. Uma faca foi encontrada no veículo.

Nos violentos protestos que se seguiram, duas pessoas foram mortas por um homem com um rifle de assalto. As autoridades prenderam um garoto branco de 17 anos nos assassinatos e apresentaram acusações de homicídio doloso contra ele na quinta-feira, 27.

Menos de dez semanas antes da eleição, membros do governo Donald Trump criticaram os protestos. O vice-presidente americano, Mike Pence, rejeitou as alegações de racismo policial sistêmico e condenou "a violência e o caos que tomam cidades em todo país".

Em protesto, grandes times e ligas esportivas suspenderam suas partidas para manter os holofotes sobre o racismo e o abuso policial. A NBA cancelou os jogos do playoff na quarta-feira depois que o Milwaukee Bucks, cuja base fica perto de Kenosha, retirou-se de quadra.

A liga de basquete feminino (WNBA) também adiou sua programação de jogos de quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo.

No tênis, a ATP e a WTA Tours cancelaram o jogo do dia no Western & Southern Open em Nova York, e o evento será retomado na sexta-feira.

 

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