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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - Numa tentativa de pressionar o governo federal na disputa pela implantação do Complexo Nuclear do Nordeste, o governador de Sergipe, Marcelo Deda, visitou na sexta-feira, dia 5, as instalações da Usina Nuclear Angra 2, na Costa Verde fluminense, acompanhado de uma comitiva de mais de 30 pessoas, entre técnicos, secretários, parlamentares e jornalistas.
"Viemos aqui conhecer como é de fato uma usina nuclear, normas de segurança, a convivência com as comunidades. Saí confiante de que uma futura Central Nuclear em Sergipe será importantíssima para desenvolver nosso estado, além de alavancar o crescimento do país com a produção de energia limpa".
O futuro complexo prevê a construção de até seis usinas nucleares para a região nos próximos anos, com investimentos estimados em R$ 15 milhões e promessas de gerar mais de mil empregos diretos. Estão na disputa pela sede das usinas os governos da Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Representantes dos governos de Alagoas e Pernambuco já estiveram nas usinas de Angra.
A escolha definitiva do estado que irá sediar a Central Nuclear do Nordeste será do presidente da República, mas é a Eletronuclear quem dará os subsídios técnicos do melhor local para a construção do complexo.
Deda defendeu que Sergipe é o melhor local para a instalação das usinas por ter ótimas condições técnicas, boa infraestrutura e por ser um estado carente de investimentos desse porte. "A geração de empregos para a região melhoraria de forma surpreendente os indicadores sociais. A população de Sergipe está preparada e ansiosa para receber um empreendimento importante assim".
Para o governador a instalação de usinas nucleares não exclui outras matrizes energéticas nos estado. "Estamos já com um projeto de construção de um parque eólico no estado ainda para este ano em Santo Amaro das Brotas, ao norte de Aracaju, por exemplo. Buscamos um diálogo entre as diversas matrizes, que se complementam e aumentam a oferta de energia".
Caso Sergipe seja o estado escolhido, Canindé do São Francisco, em Xingó, será o local de instalação do complexo. "Temos água abundante na região e também a Hidrelétrica de Xingó, que facilita as linhas de transmissão para o novo complexo energético, reduzindo muito os custos de implantação", adiantou o governador que garantiu que o Rio São Francisco não seria prejudicado pela usina em suas margens. "Como vi aqui em Angra 2, a água utilizada na usina volta para o mar limpa como chegou. O mesmo aconteceria com as águas do São Francisco".