O senador Sérgio Guerra, coordenador da campanha de José Serra: hora de mergulhar nas planilhas (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 15h42.
Recife - O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, afirmou hoje, em Recife, que a manutenção do ministro dos Esportes, Carlos Lupi (PDT), depois da recomendação de sua exoneração pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, "desmoraliza a democracia e as instituições". Ao defender o afastamento do cargo de qualquer ministro que seja alvo de fortes acusações para que possa fazer sua defesa "na planície", ele observou que Lupi "já devia ter saído antes desse tipo de situação de constrangimento geral para ele, para o partido dele, para a democracia, para o governo, para as instituições".
O tucano também criticou o modelo de formação de ministério por meio de loteamento com os partidos. "O ministro dos Esportes tem que ser dos Esportes e não do PC do B (referindo-se a Orlando Silva, também alvo de denúncias), o do Trabalho tem que ser do Trabalho e não do PDT".
Guerra fez as declarações durante o I Encontro Nacional do Núcleo Sindical do PSDB, na capital pernambucana, quando reforçou, em entrevista a jornalistas, sua defesa de renovação do partido. "Completamente favorável a prévias" para a escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo, ele disse que o PSDB "não pode viver de dois ou três quadros que vão se repetindo e sucedendo".
"Isso não quer dizer que seja contra a candidatura de Serra (ex-governador José Serra), se ele quiser ser candidato é muito bom para o Brasil e para São Paulo", disse. "Mas o partido não pode ser prisioneiro de duas ou três candidaturas sempre", reforçou.
Ao seu ver, a demora na escolha do candidato não é motivo de preocupação nem deve causar danos ao partido. "Os candidatos de São Paulo colocados até agora são novos", afirmou. "Se Serra vier a ser candidato, vai ser sempre forte, e no caso de não ser, a Marta (Suplicy, do PT) também não é, todos são novos". Para ele, o que quebra o anonimato é a exposição televisiva: "se supera o anonimato com campanha massiva". Indagado se considera natural uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab (PSD), ele respondeu: "Não necessariamente natural, mas normal. Uma aliança pode se dar, não tem porque não se dar".