Mundo

Mantenedores de paz da ONU pagam por sexo com frequência

Mantenedores da paz frequentemente pagam por sexo com dinheiro, vestidos, joia, perfumes, telefones celulares e outros itens, apesar de proibição, diz estudo


	Bandeira da ONU: a ONU atualmente tem mais de 125 mil soldados, policiais e civis em 16 operações pelo mundo
 (AFP/Nicholas Roberts)

Bandeira da ONU: a ONU atualmente tem mais de 125 mil soldados, policiais e civis em 16 operações pelo mundo (AFP/Nicholas Roberts)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 20h30.

Mantenedores de paz da Organização das Nações Unidas frequentemente pagam por sexo com dinheiro, vestidos, joia, perfumes, telefones celulares e outros itens, apesar de uma proibição de tais relações com pessoas que a entidade internacional está tentando ajudar, concluiu um relatório da ONU.

O estudo preliminar do Escritório da ONU para Serviços de Fiscalização Interna (OIOS, na sigla em inglês), obtido pela Reuters nesta quarta-feira, diz que pesquisas com centenas de mulheres no Haiti e na Libéria descobriram que os motivos pelos quais elas cobravam por sexo incluíam fome, pobreza e melhorias no estilo de vida.

"Provas de dois países com missões de pacificação demonstram que sexo transacional é bem comum, embora pouco relatado, em missões de manutenção de paz", concluiu um relatório do OIOS datado de 15 de maio.

A ONU atualmente tem mais de 125 mil soldados, policiais e civis em 16 operações pelo mundo.

O relatório preliminar também destaca que "o número de preservativos distribuídos e de pessoas submetidas a terapia voluntária e testes confidenciais de HIV... sugere que relacionamentos sexuais entre pacificadores e a população local podem ser rotina." O documento diz ainda que um boletim da ONU de 2003 havia proibido o sexo transacional por pacificadores, em parte porque prejudica a credibilidade da organização em áreas onde está atuando.

O relatório destaca que 480 alegações de exploração sexual e abuso foram feitas entre 2008 e 2013, das quais um terço envolvia crianças. Missões na República Democrática do Congo, na Libéria, no Haiti e no Sudão do Sul foram responsáveis pela maioria das acusações, segundo o documento.

Acompanhe tudo sobre:DinheiroONUSexo

Mais de Mundo

Ataque aéreo de Israel atinge Beirute e aumenta tensão com o Líbano

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China