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Manifestantes voltam às ruas do Haiti para exigir renúncia do presidente

Manifestantes culpam o governo pela profunda crise econômica e pela paralisia institucional no Haiti

Haiti: manifestações terminaram em violência (Andres Martinez Casares/Reuters)

Haiti: manifestações terminaram em violência (Andres Martinez Casares/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 12h10.

Porto Príncipe — O Haiti permaneceu praticamente paralisado nesta quinta-feira, em um novo dia de protestos para exigir a renúncia do presidente do país, Jovenel Moise, que terminou em violência, vandalismo e confronto em algumas cidades.

Os incidentes mais graves foram registrados em Leogane, ao oeste de Porto Príncipe, capital do país, onde os manifestantes atearam fogo na Câmara Municipal, no Palácio de Justiça e na sede de uma emissora de rádio que pertence ao deputado governista Jean Wilson Hippolite.

Na cidade de Gressier, vizinha a Leogane a Câmara Municipal também foi incendiada durante os protestos, que coincidiram com o aniversário do assassinato de Jean Jacques Dessalines, herói da independência do Haiti, morto em 1806.

Em Porto Príncipe, os protestos foram pacíficos. Ao menos mil pessoas participaram de uma passeata em direção ao Palácio Nacional, a residência oficial da presidência do país, sem entrar em confronto com os agentes que acompanhavam o ato.

A manifestação reuniu menos haitianos que o esperado pelos organizadores, que, após de um mês de protestos contra o governo, tinham anunciado a convocação de uma greve geral para derrubar Moise do poder.

Mesmo esvaziado, a mera convocação da greve foi o suficiente para paralisar as atividades econômicas em Porto Príncipe. Barricadas instaladas pelos manifestantes e incêndios em diferentes áreas da cidade atrapalhavam o trânsito. A maior parte das lojas sequer abriu para evitar depredação e saques.

Devido ao aniversário do assassinato de Jean Jacques Dessalines, Moise fez uma oferenda floral ao herói da independência haitiana em 1804. Em breve discurso, pediu à população que reflita quem são os "verdadeiros inimigos" do país e que se unam contra o "sistema".

Os manifestantes ignoraram as declarações do presidente e seguiram culpando Moise pela profunda crise econômica e pela paralisia institucional do país, exigindo que ele renuncie ao cargo.

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