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Manifestantes tentam entrar no Parlamento durante protesto em Hong Kong

Manifestações refletem o medo dos moradores de Hong Kong diante da crescente influência do governo chinês

Manifestantes entram no prédio do legislativo nesta segunda, aniversário da transferência da soberania do território à China em 1997 (Thomas Peter/Reuters)

Manifestantes entram no prédio do legislativo nesta segunda, aniversário da transferência da soberania do território à China em 1997 (Thomas Peter/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de julho de 2019 às 08h14.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 08h23.

Ativistas contrários ao governo tentaram entrar à força nesta segunda-feira no Parlamento de Hong Kong e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo, antes de uma manifestação prevista por ocasião do 22º aniversário da devolução do território à China.

A polícia usou gás lacrimogêneo e mobilizou uma unidade anti-distúrbios dentro do edifício, foco das manifestações nas últimas semanas, em reação a um projeto de lei do governo para autorizar extradições à China continental.

As manifestações refletem o temor dos moradores de Hong Kong ante a crescente influência do governo da China, com a ajuda dos líderes do mundo das finanças na cidade.

Na madrugada desta segunda-feira, jovens encapuzados ocuparam e bloquearam as três principais avenidas de Hong Kong com grades de metal.

Policiais, equipados com cassetetes e escudos, se posicionaram diante dos manifestantes. Os agentes usaram gás lacrimogêneo e os ativistas responderam com o lançamento de ovo.

O movimento, que nasceu da rejeição ao projeto de lei sobre extradições, ganhou força e passou a denunciar as ações do governo local, depois que muitos cidadãos de Hong Kong perderam a confiança ao considerar que o Executivo tem permitido a erosão de suas liberdades.

Hong Kong foi transferida do Reino Unido para a China em 1997, mas o território ainda é administrado sob um acordo conhecido como "um país, dois sistemas".

Desta maneira, os habitantes do território desfrutam de direitos raramente vistos na China continental. Muitas pessoas, no entanto, sentem que lentamente Pequim vai deixando o acordo de lado.

A cada aniversário da retrocessão, os ativistas locais organizam grandes manifestações para exigir direitos democráticos, incluindo a possibilidade de escolher o Executivo local por sufrágio universal.

Em anos recentes, os ativistas conseguiram mobilizar grandes multidões - incluindo uma ocupação de dois meses em 2014 -, mas não conseguiram qualquer concessão importante por parte de Pequim.

Os protestos deste ano, no entanto, acontecem após três semanas de manifestações contra o polêmico projeto de lei que permitiria a extradição de detidos em Hong Kong para processo na justiça da China continental.

Os manifestantes também exigem a renúncia da chefe de Governo local, Carrie Lam, assim como a retirada das acusações contra as pessoas detidas nos protestos das últimas semanas.

Depois de perceber a dimensão da insatisfação popular, Carrie Lam decidiu suspender temporariamente a análise do polêmico projeto de lei.

No domingo, dezenas de milhares de simpatizantes do governo expressaram apoio à polícia, uma demonstração da brecha crescente que divide a sociedade de Hong Kong.

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