Cairo - Centenas de manifestantes tentaram neste domingo invadir uma sede da Segurança do Estado no Cairo, o que obrigou às Forças do Exército nos arredores a disparar tiros para ar, segundo pôde constar a Agência Efe.

Os soldados efetuaram disparos para tentar dispersar os manifestantes, que se reuniram na frente do edifício desde o meio-dia com a intenção de entrar no local, como outros grupos fizeram na véspera no Cairo e Alexandria.

No início o grupo de manifestantes era reduzido, mas segundo avançou o dia centenas de pessoas se uniram ao protesto.

"O povo quer a queda do regime e a queda da Segurança do Estado" gritaram os participantes desta manifestação, durante a qual pelo menos uma dúzia de pessoas foram detidas.

Os detidos foram levados para o edifício do Ministério do Interior, perto da sede de segurança e próximo à praça Tahrir, epicentro da revolução do dia 25 de janeiro que forçou a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

As Forças de segurança bloquearam a rua, que está vigiada por quatro veículos blindados e um tanque.

O incidente ocorreu um dia depois que grupos de manifestantes irrompessem em várias sedes dos serviços da Segurança do Estado, instrumento de repressão do regime de Mubarak.

No sábado, cerca de 2,5 mil manifestantes entraram no principal quartel do corpo de segurança, situado no nordeste do Cairo, para buscarem documentação antes que fossem queimados ou destruídos.

Além disso, centenas de manifestantes conseguiram entrar em outras sedes como as localizadas em Guiza e em 6 de outubro, no oeste da capital, onde vários agentes dispararam sem causar vítimas contra os manifestantes.

Também em Alexandria ocorreram incidentes similares e as Forças Armadas evacuaram outro quartel da Segurança do Estado, na zona de Ramla, onde 21 agentes ficaram feridos na noite anterior ao irromper uma multidão no imóvel.

Estes fatos provocaram neste domingo a reação do Conselho Supremo das Forças Armadas, que dirige o país após a renúncia de Mubarak, que pediu aos cidadãos para "entregarem imediatamente os documentos pertencentes à Segurança do Estado".