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Manifestantes tentam invadir Congresso do Chile

Além disso, caminhoneiros começaram um protesto, pedindo o fim de pedágios em estradas privadas da região

Santiago: edifício do Congresso teve que ser evacuado e as atividades legislativas suspensas (Cristbal Olivares/Bloomberg)

Santiago: edifício do Congresso teve que ser evacuado e as atividades legislativas suspensas (Cristbal Olivares/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 15h22.

Última atualização em 25 de outubro de 2019 às 17h02.

No início da tarde desta sexta-feira (25), manifestantes tentaram invadir o Congresso Nacional chileno, mas foram detidos por Carabineros, a polícia chilena, com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água. O edifício teve que ser evacuado e as atividades legislativas suspensas.

Hoje (25) é o oitavo dia de protestos no país. Já são 19 mortes registradas, com 2.840 pessoas detidas e 295 feridas por armas de fogo. Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atualmente alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, disse que enviará, na próxima segunda-feira (28), uma missão de verificação para acompanhar os conflitos no país e examinar denúncias de violações dos direitos humanos.

Manifestações

As manifestações começaram na semana passada, com o anúncio do aumento das passagens do metrô. E mesmo depois de o presidente Sebastián Piñera ter voltado atrás e cancelado o aumento, os protestos continuaram. O Chile, um país reconhecido por ter bons indicadores de governança, expôs suas debilidades e uma grande desigualdade social. Os manifestantes reclamam do alto custo de vida, dos baixos salários e aposentadorias, do sistema de saúde e educação, que não é acessível a todos.

Pacote

O presidente Sebastián Piñera anunciou um pacote de medidas para tentar acalmar os ânimos e conter as manifestações, mas não foi suficiente. Os protestos continuaram. A população argumenta que nenhuma das medidas anunciadas terá aplicação imediata e que são iniciativas que ainda terão de passar pelo Congresso.

Greve de caminhoneiros agrava situação

Uma greve de um setor das linhas de transporte público e dos caminhoneiros que exigem o fim de pedágios em estradas nas redondezas de Santiago complica a crise no Chile.

Mais cedo, caminhões circulavam lentamente por uma rodovia que une o norte e o sul do país e passa perto da capital. Motoristas e motociclistas também começaram um protesto, pedindo o fim de pedágios em estradas privadas da região.

Nas estradas próximas à capital chilena, os motoristas de carros pagam em média entre US$ 35 e US$ 130 mensais, a depender do uso. Os caminhões pagam bem mais, por seus longos trajetos. O ministro do Transporte, Rafael Moreno, afirmou que os pedágios não subirão neste ano.

Além disso, a paralisação de meia centena de rotas do transporte público complicava a situação na periferia sul de Santiago, que perdeu a linha de metrô pelos saques e incêndios nas estações.

As autoridades dizem que a linha deve demorar quase um ano para ser recuperada. O metrô transportava 2,4 milhões de pessoas diariamente em suas seis linhas. Nesta sexta-feira, funcionavam apenas 39% de suas estações.

(Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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