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Manifestantes são detidos após conflitos na Armênia

Indignados pela forma como o governo administra a tomada de reféns, os manifestantes exigem das autoridades uma solução pacífica


	Conflitos: segundo o ministério da Saúde do país, ao menos 51 pessoas, entre elas 25 policiais, ficaram feridas nos confrontos
 (Vahram Baghdasaryan/Photolure/Reuters)

Conflitos: segundo o ministério da Saúde do país, ao menos 51 pessoas, entre elas 25 policiais, ficaram feridas nos confrontos (Vahram Baghdasaryan/Photolure/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 09h55.

A polícia armênia anunciou nesta quinta-feira dezenas de detenções em Erevan após os violentos confrontos durante a noite entre policiais e manifestantes que protestavam pela forma como o governo enfrenta a tomada de reféns em uma delegacia da capital armênia.

Na quarta-feira, os manifestantes lançaram pedras contra as forças policiais mobilizadas ao redor do edifício no qual desde domingo um grupo de homens armados vinculados à oposição se entrincheirou com quatro reféns.

Indignados pela forma como o governo administra esta crise de reféns, os manifestantes exigem das autoridades uma solução pacífica.

A polícia respondeu disparando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

Ao menos 51 pessoas, entre elas 25 policiais, ficaram feridas nos confrontos, informou o ministério da Saúde.

Um total de 2.000 pessoas seguiam protestando na madrugada desta quinta-feira, antes de ser dispersadas pela polícia antidistúrbios, que realizou dezenas de prisões.

Ao menos 15 membros do partido moderado Acordo Civil, da oposição, figuram entre os detidos, informou aos jornalistas seu líder, o parlamentar Nikol Pachinian.

"O que ocorreu é inaceitável", declarou nesta quinta-feira o primeiro-ministro armênio, Ovik Abraamian, citado pela imprensa local.

É "impossível obter mudanças reais através da violência", acrescentou.

A tomada de reféns ocorreu no domingo. Um grupo de homens armados vinculados a um opositor detido, Jirair Sefilian, invadiu o edifício, matando um agente e ferindo outros dois. Dois reféns foram libertados no mesmo dia e outros dois na segunda-feira.

Entre os reféns que seguem bloqueados no edifício há dois funcionários de alto escalão, o vice-delegado da polícia nacional, Vardan Egiazaryan, e o vice-chefe da polícia de Erevan, Valeri Osipyan.

Os sequestradores, que se apoderaram de um grande arsenal da polícia, pediram que os armênios saíssem às ruas para apoiar suas demandas, especialmente a renúncia do presidente Serzh Sargsian.

Washington pede moderação

O departamento de Estado americano condenou este "recurso à violência" e convocou o governo a "administrar a situação com a moderação apropriada".

Sefilian, líder de um pequeno grupo de oposição, e seis de seus partidários foram detidos em junho, acusados pelas autoridades de estar se preparando para se apoderar de vários edifícios públicos e de telecomunicações em Erevan.

Crítico feroz do governo, Sefilian já foi detido em 2006 durante 18 meses depois de ter feito um apelo a "derrubar o governo através da violência". No ano passado voltou a ser preso, junto a vários de seus partidários, por suspeitas de preparação de golpe de Estado, mas foi libertado pouco depois.

De origem armênia, Sefilian nasceu no Líbano, onde combateu durante a guerra civil dos anos 1980. Depois viajou à Armênia para participar da guerra contra o Azerbaijão pelo controle da disputada região de Nagorno Karabakh.

O presidente Sargsian, ex-militar, foi eleito em 2008 e sua eleição, questionada pela oposição, provocou um surto de violência que deixou 10 mortos.

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