Hong Kong: o BEA pediu uma resolução rápida das manifestações para evitar problemas econômicos (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 12h39.
Hong Kong - Um grande banco alertou nesta quarta-feira que as semanas de protestos em Hong Kong podem atingir a economia da cidade sob controle chinês e da própria China continental, enquanto manifestantes iniciavam uma ocupação em uma estação de metrô que foi o cenário de um ataque em massa no meio do verão local.
Sediado em Hong Kong, o Bank of East Asia (BEA) registrou uma queda de 75% no lucro líquido do primeiro trimestre depois de depreciar empréstimos na China por causa de uma retração nos mercados de propriedades comerciais fora das grandes cidades chinesas.
O BEA também alertou que o tumulto social em Hong Kong e a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos podem afetar as economias da China e da ex-colônia britânica.
"O clima tenso (em Hong Kong) provavelmente pesará sobre o consumidor e a confiança do comércio, e sobre o turismo, se não houver uma resolução logo", disse o banco em um comunicado.
Algumas empresas de Hong Kong foram implicadas em uma polêmica depois de 11 semanas de confrontos às vezes violentos entre a polícia e manifestantes pró-democracia revoltados com a sensação de uma erosão de suas liberdades.
Pilotos e comissários da Cathay Pacific Airways descreveram um "terror branco" de denúncias políticas, saques e buscas em telefones realizadas por autoridades aeroviárias chinesas.
O BEA e seus rivais fecharam agências nas imediações dos protestos, que já cobram um preço da economia e do turismo de Hong Kong - o polo financeiro asiático está à beira de sua primeira recessão em uma década.
Os manifestantes estavam reunidos pacificamente na estação de grande circulação de Yuen Long, parte de uma série de passeatas recorrentes ao longo de 11 semanas que em certas ocasiões se tornaram violentas.
Na noite de 21 de julho, cerca de 100 homens vestidos com camisetas brancas invadiram a estação horas depois de manifestantes marcharem pelo centro de Hong Kong e depredarem o Escritório de Ligação da China, o maior símbolo da autoridade de Pequim sobre a cidade.
Os homens atacaram manifestantes vestidos de preto que voltavam da ilha de Hong Kong, transeuntes, jornalistas e parlamentares com canos e bastões, ferindo 45 pessoas.
A revolta irrompeu em junho por culpa de um projeto de lei hoje suspenso que permitiria que suspeitos de crimes de Hong Kong fossem extraditados para a China continental para serem julgados. Na terça-feira, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, voltou a dizer que a legislação está morta.