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Manifestantes bloqueiam ruas na Venezuela contra Constituinte

"O meu voto não vale mais ou menos do que o de ninguém", disse um dos estudantes que bloqueava uma avenida de Caracas

Venezuela: a proposta afasta a possibilidade de eleições gerais exigidas pela oposição (Christian Veron/Reuters)

Venezuela: a proposta afasta a possibilidade de eleições gerais exigidas pela oposição (Christian Veron/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de maio de 2017 às 11h24.

Última atualização em 2 de maio de 2017 às 11h26.

Centenas de manifestantes bloquearam ruas e estradas em Caracas e outras cidades da Venezuela nesta terça-feira, em protesto contra a convocação pelo presidente Nicolás Maduro de uma Assembleia Constituinte, o que afasta a possibilidade de eleições gerais exigidas pela oposição.

Panelas e buzinas soavam nas ruas bloqueadas com barricadas de lixo, constataram repórteres da AFP. Uma enorme bandeira da Venezuela foi aberta no chão nos arredores de Altamira, reduto da oposição no leste da capital.

Pilhas de lixo e árvores derrubadas também cortavam a passagem em Montalban, no oeste, do outro lado da cidade.

O tráfego de veículos na estrada Francisco Fajardo, que atravessa de leste a oeste Caracas, era baixo, enquanto centenas de pessoas estavam indo a pé para os seus empregos.

Na segunda-feira, após um mês de manifestações exigindo a saída de Maduro do poder por meio de eleições gerais e que levaram a distúrbios com um saldo de 28 mortos e centenas de feridos, o presidente convocou uma Constituinte "popular", cujos membros da Assembleia não seriam eleitos por sufrágio universal, mas por setores sociais e comunidades.

"É um verdadeiro gatilho histórico para aprofundar a revolução", prometeu o presidente, que acusa a oposição de promover "atos de terrorismo" para derrubá-lo e incentivar a intervenção internacional.

Em resposta, a oposição se prepara para quarta-feira uma grande manifestação que chamou de "mega-marcha".

"Esta Constituinte anunciada por Maduro é uma manipulação para escapar das eleições. O meu voto não vale mais ou menos do que o de ninguém", disse à AFP Raúl Hernández, um estudante universitário de 22 anos que bloqueava com uma centena de pessoas a avenida Francisco de Miranda, uma das principais estradas do leste de Caracas.

Moradores denunciaram à imprensa local que as forças de segurança usavam gás lacrimogêneo para quebrar os bloqueios nas áreas de El Paraiso (oeste) e La Urbina (leste).

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