Mundo

Manifestantes aguardam votação sobre aborto na Argentina

Expectativa é que a votação ocorra nesta noite ou nas primeiras horas de quinta-feira, 9

Manifestantes: o projeto de lei pela descriminalização foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 14 de junho, por uma diferença de apenas 4 votos (Marcos Brindicci/Reuters)

Manifestantes: o projeto de lei pela descriminalização foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 14 de junho, por uma diferença de apenas 4 votos (Marcos Brindicci/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 14h51.

Última atualização em 8 de agosto de 2018 às 14h54.

A poucas horas da votação no Senado da Argentina sobre a descriminalização do aborto, a praça em frente ao Congresso está parcialmente ocupada por manifestantes. Como ocorre entre os 72 senadores, os manifestantes estão divididos - entre defensores da proposta, que usam lenços verdes, e os que estão com lenços azuis, contrários. Ao longo do dia, os parlamentares discutirão e, em seguida, votarão o projeto que determinada a legalização da interrupção da gestação até 14 semanas de gravidez.

A expectativa é que a votação ocorra nesta noite ou nas primeiras horas de quinta-feira (9). O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 14 de junho, depois de 23 horas de debates e por uma diferença de apenas 4 votos - 129 votos favoráveis e 125 contrários.

As discussões de hoje (8) que estavam marcadas para começar ao meio-dia foram antecipadas. "Os senadores fizeram isso para evitar a pressão das ruas", disse à Agência Brasil Andrea Zamparini, uma das coordenadoras da campanha pela legalização do aborto. "As mobilizações iam começar ao meio-dia e, depois das cinco da tarde, quando as pessoas começam a sair do trabalho, lotaríamos a praça."

Apesar da mudança de horário, desde cedo manifestantes cercavam o Congresso, para tentar influenciar os senadores. Dos 72 senadores, às vésperas da votação, 38 se manifestaram contrários e 31 favoráveis.

Pela legislação da Argentina, o aborto é permitido apenas em casos estupro ou ameaça de morte para gestante.

Os defensores da lei argumentam que o aborto continuará sendo praticado de forma clandestina, apesar de proibido, e que a legalização deve ocorrer como forma de salvar a vida das mulheres, que morrem ou tem problemas de saúde porque não tiveram acesso a um hospital.

Os contrários à proposta se opõem ao aborto porque afirmam que o feto é um ser humano e aprovar a descriminalização seria autorizar o homicídio. Esses grupos contam com apoio da Igreja Católica e do Papa Francisco, que é argentino.

Acompanhe tudo sobre:AbortoArgentinaBuenos Aires

Mais de Mundo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente