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Manifestantes acampam em Buenos Aires contra "tarifaço"

Neste confronto que já ocorre há 5 meses, Macri argumentou que os preços da energia estavam atrasados por subsídios aplicados em 12 anos de governos peronistas


	Tarifas: organizações sociais e de consumidores protestaram contra os aumentos que oscilavam entre 200% a 2.000%
 (Getty Images)

Tarifas: organizações sociais e de consumidores protestaram contra os aumentos que oscilavam entre 200% a 2.000% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 15h55.

A histórica Plaza de Mayo, em frente à casa do governo argentino, se converteu nesta segunda-feira em cenário de outro protesto contra o "tarifaço" na luz, gás e água, quando dezenas de manifestantes se instalaram em barracas.

"Levantaremos mais de 400 barracas contra o 'tarifaço', o ajuste inflacionário, a destruição de postos de trabalho e a multiplicação da pobreza", declarou Marianela Navarro, uma das organizadoras.

A tentativa do presidente Mauricio Macri de ajustar as tarifas é a maior dor de cabeça do governo. Comícios nas ruas e sentenças judiciais forçaram a diminuição dos investimentos pelo menos duas vezes desde abril. A situação se mantém sem trégua.

"Viemos das províncias de Buenos Aires, Neuquén, Chaco e Santa Fé", disse Navarro, dirigente da Associação Gremial de Trabalhadores Cooperativos Autogeridos e Precarizados (AGTCAP).

Os organizadores prometeram acampar na praça até que as autoridades os recebam. "Os ajustes sempre recaem nas costas dos mais pobres", disse Navarro.

Neste confronto que já ocorre há cinco meses, Macri argumentou que os preços da energia estavam atrasados por subsídios aplicados em 12 anos de governos peronistas de centro-esquerda, até 2015.

Organizações sociais e de consumidores protestaram contra os aumentos que oscilavam entre 200% a 2.000%. Primeiro o governo voltou atrás e atenuou a subida do gás para até 500%. Depois de uma audiência pública ordenada pela Suprema Corte, prometeu limitá-la a 200%.

Mas no fim de semana as faturas de luz começaram a chegar. Na Cueroflex, fábrica recuperada pelos operários após a quebra de 2001, ela aumentou de 50.000 para 350.000 pesos (3.250 para 23.000 dólares).

A justiça impediu o aumento. Agora a empresa recebeu outra fatura, de 813.000 pesos (53.000 dólares) e "é impagável", denunciou o diretor da cooperativa, Jorge Reisch.

Milhares de pequenas e médias empresas estão encurraladas pelos aumentos, junto com a queda do consumo por conta do enfraquecimento do poder aquisitivo dos salários e uma recessão que arrasta três trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), disse o dirigente e empresário Francisco dos Reis.

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