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Manifestante pacifista desafia Obama durante discurso

Uma mulher interrompeu o discurso do presidente americano para pedir mais rapidez na libertação dos presos da base naval de Guantánamo

Manifestante interrompe o presidente Barack Obama enquanto ele discursava sobre a sua política de antiterrorismo na National Defense University em Fort McNair, Washington (Larry Downing/Reuters)

Manifestante interrompe o presidente Barack Obama enquanto ele discursava sobre a sua política de antiterrorismo na National Defense University em Fort McNair, Washington (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2013 às 09h23.

Washington - A mulher que interrompeu um discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o combate ao terrorismo, na quinta-feira, é conhecida em Washington como uma eterna manifestante em questões de segurança nacional.

Medea Benjamin, fundadora do grupo de mulheres pacifistas Code Pink, começou a fazer protestos anos atrás diante do Congresso, tornando-se uma presença rotineira em audiências parlamentares em que membros do alto escalão do governo Bush falavam sobre a guerra do Iraque.

Na quinta-feira, Benjamin bateu boca com Obama, interrompendo repetidamente o discurso dele na Universidade Nacional de Defesa para pedir mais rapidez na libertação dos presos da base naval de Guantánamo, em Cuba.

"Você é o comandante-em-chefe. Feche a (prisão da) baía de Guantánamo!", gritou a mulher, já no final do discurso.

"Por que você não se senta e eu vou lhe dizer exatamente o que vou fazer?", respondeu Obama. "Deixe-me terminar minha frase." O presidente pediu ao Congresso que elimine as restrições para a transferência de suspeitos de terrorismo hoje presos em Guantánamo, e passou a discutir outras medidas que possam levar à desativação da polêmica prisão militar, criada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA.

"Solte-os hoje!", gritou então Benjamin. "Já faz 11 anos!" "Deixe-me terminar", disse Obama. "Isso é parte da liberdade de expressão. Você poder falar, mas também me ouvir, e eu poder falar." Obama prosseguiu por mais alguns instantes, mas então Benjamin quis saber por que um adolescente havia sido morto por um drone (avião teleguiado) dos EUA.

"Você pode dizer aos muçulmanos que suas vidas são tão preciosas quanto as nossas? Pode tirar os drones das mãos da CIA? Você pode parar os ataques por assinatura?", insistiu ela, referindo-se aos ataques da CIA contra supostos alvos terroristas.

A essa altura, o Serviço Secreto já estava retirando a manifestante do local, mas Benjamin continuava gritando. "Amo meu país! Amo o estado de direito! Os drones estão nos deixando menos seguros! E manter as pessoas em detenção indefinida em Guantánamo está nos deixando menos seguros. Respeite o estado de direito! Você é um advogado constitucionalista!" Obama então provocou risos ao anunciar que iria abandonar seu roteiro prévio. "As palavras daquela mulher são dignas de atenção", afirmou. "Obviamente não concordo com muita coisa do que ela disse, e obviamente ela não estava escutando muito do que eu disse. Mas essas são questões difíceis." A Universidade Nacional de Defesa disse que Benjamin estava inscrita como jornalista para assistir ao discurso.

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