Manifestante com queimaduras: apoiados por carros blindados, militares e policiais utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar os manifestantes (Marco Bello/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de maio de 2017 às 21h12.
Última atualização em 3 de maio de 2017 às 21h43.
Um manifestante foi gravemente queimado nesta quarta-feira em Caracas, durante protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, constatou a AFP no local.
O jovem, que foi socorrido e levado a um hospital por paramédicos, teve o corpo queimado acidentalmente quando outro manifestante lançou gasolina sobre uma motocicleta da Guarda Nacional.
Um grupo de manifestantes, com os rostos cobertos, havia atirado coquetéis molotov contra um blindado, incendiado parcialmente.
Ao recuar, o blindado arrastou uma motocicleta da Guarda Nacional, que os manifestantes incendiaram como um troféu de guerra.
Os confrontos ocorreram na zona da Praça Altamira, no leste de Caracas, onde as forças policiais reprimiram uma passeata de milhares de opositores que seguia pela autoestrada Francisco Fajardo para protestar contra a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, a última proposta de Maduro para superar a crise.
Apoiados por carros blindados, militares e policiais utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água para dispersar os manifestantes, enquanto jovens respondiam atirando pedras e queimando pneus. Várias pessoas ficaram feridas, incluindo dois deputados da oposição.
No centro de Caracas, onde as forças de segurança bloquearam o acesso aos opositores, Maduro liderou um ato de milhares de chavistas, após entregar ao Poder Eleitoral o decreto de convocação para a mudança da Constituição de 1999 e "aprofundar a revolução" do finado presidente Hugo Chávez.