Mundo

Manifestações sunitas marcam a sexta no Iraque

Kamal al Delimi, que participou dos protestos na cidade de Ramadi, capital de Al-Anbar, explicou que as manifestações têm como objetivo libertar inocentes das prisões

Iraquianos sunitas protestam pela libertação de detidos: o governador de Ninawa participou destes protestos e afirmou que a constituição estipula o direito da manifestação pacífica (REUTERS)

Iraquianos sunitas protestam pela libertação de detidos: o governador de Ninawa participou destes protestos e afirmou que a constituição estipula o direito da manifestação pacífica (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 12h31.

Bagdá - Milhares de iraquianos sunitas promoveram manifestações nesta sexta-feira em diversas cidades do país, principalmente nas da província de Al-Anbar, no oeste, para pedir a libertação de detidos e grandes reformas no processo político do Iraque.

Kamal al Delimi, que participou dos protestos na cidade de Ramadi, capital de Al-Anbar, explicou à Agência Efe que as manifestações têm como objetivo libertar inocentes das prisões, aprovar a lei de anistia geral, reformar o processo político e colocar fim à marginalização dos sunitas.

O manifestante completou que um grande número de sunitas das províncias do sul, de Basra e Wasit se dirigiram para Ramadi, afim de participar destes protestos, no que denominaram como "Sexta-feira do Esplendor".

Há seis dias, os manifestantes de Al-Anbar mantêm bloqueios na rodovia que liga Síria e Jordânia, para pressionar por suas reinvindicações.

Em comunicado emitido hoje, em resposta aos protestos, o primeiro-ministro, Nouri al-Maliki afirmou que "é preciso expressas as demandas sem cortar caminhos nem cantar palavras de ordem sectárias".

"Temos que divulgar os sentimentos de amor, cooperação e sociedade em vez do ódio e o sectarismo", disse al-Maliki , ainda segundo comunicado.

Em Mossul, capital da província de Ninawa, 400 quilômetros ao norte de Bagdá e de maioria sunita, centenas de iraquianos tomaram as ruas para pressionar ao Governo e ameaçaram com a desobediência civil, caso suas exigências não sejam atendidas.

O governador de Ninawa participou destes protestos e afirmou que a constituição estipula o direito da manifestação pacífica.

Além disso, nas cidades de Tikrit e Samarra, na província de Salah ad-Din, ao norte de Bagdá, houve várias manifestações com cartazes, denunciando as políticas do Governo iraquiano de Nouri al-Maliki contra os sunitas.

"Não queremos que caia o regime, nem tentamos atingir isso, só queremos nossos direitos e nossa dignidade", disse Yehia al Ataui, um imã de Tikrit. Ataui qualificou o Governo iraquiano de sectário e o acusou de "restringir as liberdades".

Na última quarta-feira, também houve manifestações envolvendo milhares de iraquianos sunitas, para pedir a libertação dos seguranças do ministro das Finanças Rafea al Isaui, detidos na semana passada, o que provocou nova crise política no Iraque.

Exatamente há uma semana, Al Isaui acusou Al-Maliki, de estar por trás da prisão de vários de seus seguranças, através das "milícias" do chefe de Estado, e de querer originar uma nova crise política no país. 

Acompanhe tudo sobre:IraqueIslamismoPolíticaPolítica no BrasilProtestosSunitas

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país