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Manifestações no Marrocos deixam pelo menos 128 feridos

Marroquinos pedem ao rei Mohammed que abra mão de parte de seus poderes

Manifestação de opositores no Marrocos: ministro pediu que povo não proteste (Spencer Platt/Getty Images)

Manifestação de opositores no Marrocos: ministro pediu que povo não proteste (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 18h47.

Brasília – Os últimos protestos no Marrocos deixaram pelo menos 128 feridos, 120 presos e cinco corpos carbonizados – que foram localizados hoje (21) em uma agência bancária na cidade de Al Hoceima, no Norte do país. As informações foram confirmadas pelo ministro do Interior marroquino, Taib Cherkaoui, segundo a agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.

Ontem (20), os manifestantes se concentraram na capital marroquina, Rabat, para protestar contra o governo e pedir ao rei Mohammed para abrir mão de parte de seus poderes, de acordo com a BBC Brasil. O protesto foi organizado por grupos opositores, incluindo um autodenominado Movimento por Mudanças 20 de Fevereiro.

Durante o protesto em Rabat, os manifestantes gritavam slogans como "O Povo Quer a Queda do Regime” e “O Povo Rejeita uma Constituição Feita para Escravos”. Segundo testemunhas do protesto, os manifestantes seguiram em passeata em direção ao Parlamento, sem sofrer a oposição da polícia.

“Este é um protesto pacífico para pressionar por reformas constitucionais, para restaurar a dignidade e para acabar com a corrupção e o saqueamento do dinheiro público”, afirmou Mustapha Muchtati, do grupo Baraka (Chega).

O ministro das Finanças do Marrocos, Salaheddine Mezouar, pediu à população que não participe da passeata. "Qualquer deslize, em um espaço de poucas semanas, pode nos custar o que alcançamos nos últimos dez anos”, advertiu. Houve protestos também em outras cidades, como Casablanca e Marrakech.

O Marrocos é mais um dos países árabes e muçulmanos que vêm enfrentando protestos contra o governo nas últimas semanas, desde o levante popular que derrubou o governo da Tunísia, em janeiro, o então presidente do Egito, Hosni Mubarak, no começo deste mês, e que se alastra por parte dos países do Norte da África e do Oriente Médio.

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