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Manifestação islâmica defende governo após assassinato

Partidários do governo islâmico saíram às ruas em resposta aos protestos populares depois do assassinato de um político da oposição laica

Apoiador do movimento islâmico Ennahda segura em uma manifestação em Tunis, na Tunísia (Zoubeir Souissi/Reuters)

Apoiador do movimento islâmico Ennahda segura em uma manifestação em Tunis, na Tunísia (Zoubeir Souissi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2013 às 18h51.

Túnis - Milhares de partidários do governo islâmico da Tunísia saíram às ruas de Túnis nesta sexta-feira em resposta aos protestos populares depois do assassinato de um político da oposição laica.

Em meio às manifestações rivais, o ministro do Interior, Lofti Ben Jeddou, atribuiu a morte de Mohamed Brahmi, na quinta-feira, a um radical islâmico e disse que a arma usada foi a mesma que matou outro político laico, em fevereiro.

Milhares de manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira pedindo a renúncia do governo islâmico do partido Ennahda. Lojas e bancos fecharam temendo violência e voos de e para o país foram cancelados em razão de uma greve convocada pela central UGTT.

"Abaixo o regime da Irmandade Muçulmana", gritavam os manifestantes, evocando o grupo inspirador do Ennahda.

As divisões entre religiosos e laicos se aprofundaram na Tunísia desde a rebelião popular que derrubou o regime autocrata de Zine al-Abidine Ben Ali, no começo da chamada Primavera Árabe, em 2011.

Na manifestação pró-governo, os participantes gritavam que "o povo quer o Ennahda de novo" e "não a um golpe contra a democracia".

O ministro Ben Jeddou disse que a morte de Brahmi está diretamente associada ao homicídio do líder do partido Frente Popular, Chokri Belaid, que desencadeou em fevereiro a pior onda de violência na Tunísia desde a revolução de 2011.

"A mesma arma automática 9 mm que matou Belaid também matou Brahmi", disse ele em entrevista coletiva, apontando como principal suspeito pelo crime o militante salafista Boubacar Hakim, também procurado por suspeita de contrabandear armas da Líbia.

As autoridades identificaram 14 salafistas suspeitos de envolvimento na morte de Belaid e acredita-se que a maioria esteja ligada ao grupo radical islâmico local Ansar al-Sharia.

Brahmi, de 58 anos, era crítico da coalizão islâmica do governo e participava pela Frente Popular da Assembleia Constituinte atualmente em atividade na Tunísia. Ele foi morto a tiros na porta de casa, por dois homens que fugiram de moto, segundo testemunhas.

Em protesto pelo crime, o Partido da Iniciativa, também laico, retirou seus cinco deputados da assembleia.

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