Mundo

Mandela é homenageado por atuação política e humanitária

Dia de Nelson Mandela é comemorado hoje em todo o mundo; ex-governante recebe homenagens

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 13h21.

Johanesburgo - Nelson Mandela recebeu hoje uma homenagem do mundo por sua luta por uma humanidade melhor no dia do seu 92º aniversário, uma data que as Nações Unidas dedicaram aquele que foi o primeiro presidente negro da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz.

Em sua casa do bairro de Houghton, em Johanesburgo, o ex-governante recebeu vários velhos amigos, entre eles o ex-primeiro-ministro da Zâmbia Kenneth Kaunda, informou a Fundação Mandela, enquanto na rua dezenas de pessoas também levavam, em cartazes e postais feitas à mão, suas felicitações ao ex-presidente sul-africano.

Mais tarde, seus netos e bisnetos lhe deram os parabéns e depois muitos deles e outros familiares, incluindo sua esposa, Graça Machel, dedicaram o resto da manhã aos 67 minutos de trabalho social promovidos no mundo todo pelo Dia de Nelson Mandela - , um por cada ano que ele dedicou à luta pela liberdade.

Mandela e Machel também celebraram hoje o 12º aniversário de seu casamento. A reunião contou com a presença da ex-esposa do líder, Winnie Mandela, em um ato no qual ministros de várias religiões elevaram suas preces pelos falecidos da família.

Machel lembrou o aniversário de seu casamento com Mandela, disse que ele "está bem de saúde" e "seu espírito melhor que nunca", antes de afirmar: "É um privilégio ter uma vida com ele", enquanto partia rumo aos seus 67 minutos de trabalho em um centro para crianças com problemas no bairro de Orlando, em Soweto.

O atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, também participou dos 67 minutos da campanha do Dia de Nelson Mandela. Ele foi à aldeia de Mvezo, o lugar de nascimento de "Madiba", o nome de seu clã e como ele é conhecido carinhosamente pelos sul-africanos.


Em um ato organizado pelo governante Congresso Nacional Africano (CNA) em Mvezo, que concentrou as celebrações oficiais do dia, Zuma ressaltou que entre as doutrinas passadas por Mandela destaca o "trabalhar juntos para fortalecer a unidade e a solidariedade em nosso país".

"Os insto a seguir o espírito de unidade africana, amor e amizade" de Mandela, acrescentou Zuma, em um país onde nas últimas semanas foram registradas ameaças e agressões a imigrantes africanos, que fazem temer uma onda de ataques xenófobos como os que deixaram mais de 60 mortos em maio de 2008 em vários lugares da África do Sul.

Uma centena de dirigentes do CNA, incluindo o Zuma, em seus 67 minutos de trabalho para a comunidade plantaram árvores e reformaram a escola de Mvezo, onde milhares de pessoas de todas as classes e condições se concentraram para celebrar o 92º aniversário de Mandela.

Segundo a "Radiotelevisión Sul-Africana" (SABC), as pessoas que foram a Mvezo "chegaram em helicópteros e carros de luxo e outros a cavalo ou caminhando", em um país que 16 anos depois da eleição de Mandela como primeiro presidente negro continua sendo um dos que registra maior desigualdade no mundo.

A realização, uma semana após o fim da Copa do Mundo da África do Sul, considerada um sucesso por seus organizadores e pelo Governo, põe fim também a mais de um mês no qual o país esteve no centro da atenção internacional e que pretende utilizar para projetar seu futuro.

Alguns comentaristas devem lembrar hoje que a África do Sul, a primeira economia africana, 16 anos depois da queda do "apartheid" tem ainda mais de 25% de desemprego e milhões de pobres.


Em sua maior parte, a economia segue nas mãos dos 9% de brancos e de um pequeno grupo de negros enriquecidos nas últimas duas décadas, muitos deles relacionados com o governante Congresso Nacional Africano (CNA), o partido de Mandela.

O sindicalista e defensor dos Direitos Humanos Jay Naidoo, vestido com uma camiseta do Dia de Mandela, se mostrou "otimista" e assinalou hoje que os cidadãos "não vão aceitar mais a mediocridade de nossa sociedade" e, após o sucesso da Copa, vão reivindicar uma gestão eficaz para resolver os problemas sociais.

Naidoo, que foi ministro de Desenvolvimento no Governo de Mandela, disse à TV local "e.News" que os sul-africanos reivindicam "escolas e hospitais", com sistemas de saúde e educação dignos, e também "água, eletricidade e casas", das quais milhões de pessoas que vivem em favelas se veem privadas.

O Dia de Nelson Mandela, 18 de julho, foi adotado em novembro de 2009 pela Assembleia Geral da ONU "pela contribuição do ex-presidente sul-africano à cultura da paz e a liberdade".

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulNelson MandelaPolíticos

Mais de Mundo

França estreia novo governo com giro à direita

Trump diz que é 'muito tarde' para outro debate com Harris nos EUA

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez