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Malvinas celebram 30º aniversário do fim da guerra

O premiê britânico, David Cameron, expressou à sua população seu firme apoio em meio à ofensiva diplomática de Buenos Aires para recuperar a soberania das ilhas

O fim da guerra, que em 74 dias deixou 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus mortos, será lembrado paralelamente nas ilhas (Daniel Garcia/AFP)

O fim da guerra, que em 74 dias deixou 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus mortos, será lembrado paralelamente nas ilhas (Daniel Garcia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h10.

Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, celebra nesta quinta-feira em Londres o 30º aniversário da rendição da Argentina na guerra das Malvinas, expressando a sua população seu firme apoio em meio à ofensiva diplomática de Buenos Aires para recuperar a soberania.

A 12.800 km de Londres, em Port Stanley - a capital do arquipélago que no país sul-americano é chamada de Porto Argentino - uma cerimônia religiosa e uma parada militar também marcarão o fim da curta e sangrenta guerra, no dia 14 de junho de 1982.

Cameron, que nesta quinta-feira prometeu seguir defendendo os ilhéus das "agressivas ameaças" da Argentina, pronunciará um discurso na cerimônia anual organizada no final da tarde pelo governo das Malvinas no histórico Lincoln's Inn, segundo um porta-voz de Downing Street.

A cerimônia, que também contará com a participação do chefe do Estado-Maior da Defesa, David Richards, coincidirá com a inédita intervenção da presidente argentina Cristina Kirchner no Comitê de Descolonização da ONU em Nova York, destinada a pressionar o Reino Unido para que inicie negociações sobre a soberania do território que controla desde 1833.

Kirchner deve aproveitar a ocasião para responder oficialmente ao recente anúncio do governo das ilhas de que realizará um referendo para que seus 3.000 habitantes definam seu status político.

Embora o governo de Buenos Aires não reconheça os malvinenses, ao considerá-los uma "população implantada", Cameron afirmou na quarta-feira no parlamento que esperava que eles falassem de forma forte e clara nas urnas e que a Argentina ouvisse.

Cameron acrescentou nesta quinta-feira que a consulta popular "estabelecerá a escolha definitiva dos ilhéus de uma vez por todas", em um comunicado destinado a lembrar os mortos no campo de batalha e a olhar para o futuro.

"Durante os últimos 180 anos, dez gerações chamaram as ilhas Falkands (denominação britânica das Malvinas) de sua casa e se esforçaram muito para assegurar um futuro próspero para seus filhos. E apesar das agressivas ameaças do outro lado do mar, estão conseguindo", afirmou em uma clara referência à Argentina, país que não citou em nenhum momento.

"E assim como defendemos a população das Falklands no passado, seguiremos fazendo isso no futuro", concluiu o primeiro-ministro.

O fim da guerra, que em 74 dias deixou 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus mortos, é lembrado paralelamente nas ilhas.

O secretário de Estado britânico das Relações Exteriores para a América Latina, Jeremy Browne, deve participar nesta quinta-feira de uma missa de ação de graças na catedral de Port Stanley com ex-combatentes e políticos locais.

Após a cerimônia está previsto um desfile de veteranos até o chamado Monumento à Libertação, que deve levar às ruas centenas de ilhéus.

Browne, o primeiro membro do governo britânico que visita o arquipélago desde janeiro de 2008, descreveu estes atos como uma mistura de "celebração e comemoração".

O 30º aniversário da guerra esteve marcado por uma escalada de tensão entre Londres e Buenos Aires, e por denúncias argentinas de uma "militarização" britânica da zona do Atlântico Sul e da campanha de exploração pelos possíveis recursos petroleiros das ilhas que várias companhias britânicas realizam em águas das ilhas.

A Argentina conseguiu o apoio de seus vizinhos latino-americanos, mas fracassou quando na última cúpula das Américas tentou somar a sua reivindicação o apoio de Canadá e Estados Unidos, país que nesta semana reiterou sua posição de "neutralidade" na disputa.

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