Nouri al-Maliki: "Os votos dos eleitores me obrigam a ser leal a eles e apoiar-lhes neste sofrimento que atravessa o Iraque" (Ahmed Jadallah/Iraque)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2014 às 16h02.
Bagdá - O chefe do governo Iraque, Nouri al Maliki, garantiu nesta sexta-feira que será candidato de novo ao cargo de primeiro-ministro do país, após a vitória de sua coalizão nas últimas eleições legislativas, e também prometeu defender o país do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
"Os votos dos eleitores me obrigam a ser leal a eles e apoiar-lhes neste sofrimento que atravessa o Iraque. Não me permito trair ou abandonar esta responsabilidade que me atribuíram", disse Maliki em comunicado.
O chefe de governo iraquiano lembrou que as eleições do abril ocorreram de forma "transparente" e ressaltou que sua coalizão (Estado de Direito) alcançou uma 'vitória arrasadora' ao conseguir 92 deputados dos 328 da câmara.
No entanto, essa vitória não garantiu a maioria absoluta a sua formação, o que lhe obriga a pactuar com outros grupos para formar o governo. O fato é que essa tarefa não será das mais fáceis, tendo em vista que muitas forças políticas pedem agora um gabinete de união nacional e, inclusive, a saída de Maliki.
"Não vou renunciar a apresentação de minha candidatura ao cargo de primeiro-ministro porque o bloco Estado de Direito é o maior e deve ocupar esse posto. Lugar algum tem o direito de impor condições, já que isso significa uma ditadura", advertiu.
Em relação à ofensiva insurgente, Maliki assegurou que seguirá sendo 'um soldado que defende os interesses do Iraque e de seu povo frente à organização terrorista Estado Islâmico e seus aliados baathistas que têm agendas externas'.
"Me comprometi perante a Deus que seguiria lutando junto às forças armadas e aos voluntários até derrotar definitivamente os inimigos do Iraque", acrescentou Maliki ao ressaltar que sua retirada do campo de batalha seria uma "traição".
O conflito iraquiano adquiriu uma nova dimensão no último domingo, quando o grupo Estado Islâmico proclamou um califado que abrange um território que vai desde a província síria de Aleppo até a iraquiana de Diyala.
Apesar desta ameaça, as forças políticas não conseguem alcançar um consenso, o que acabou sendo provado há quatro dias, quando o parlamento iraquiano fracassou em sua primeira reunião para escolha do presidente e dos vice-presidentes da câmara.
Segundo os prazos constitucionais, uma vez escolhidos estes dois cargos, a câmara tem 30 dias para escolher o presidente da República.
O chefe de Estado, por sua vez, tem 15 dias para encarregar o bloco político majoritário para designar o novo primeiro-ministro, que também deve formar o governo no prazo de 30 dias.