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Mali endurece controle nas fronteiras por ebola

País anunciou controles sanitários mais rígidos nas fronteiras depois de registrar seu segundo surto de ebola

Policial vigia clínica Pasteur em quarentena em Bamako, no Mali, na quarta-feira (Joe Penney/Reuters)

Policial vigia clínica Pasteur em quarentena em Bamako, no Mali, na quarta-feira (Joe Penney/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 15h58.

Bamako/Monróvia - O Mali anunciou controles sanitários mais rígidos nas fronteiras depois de registrar seu segundo surto de ebola, enquanto a Libéria mostrou sinais de progresso na neutralização do vírus nesta quinta-feira, afirmando que não irá renovar o estado de emergência.

A pior epidemia da febre hemorrágica da história já infectou mais de 14 mil pessoas e matou pelo menos 5.160 desde que irrompeu em março no oeste da África, região assolada pela pobreza e pela precariedade do sistema de saúde pública.

A doença fez vítimas na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné e desencadeou um alerta global sobre sua disseminação.

No Mali, que compartilha uma fronteira de 800 quilômetros com a Guiné, uma enfermeira morreu em decorrência do Ebola na terça-feira, e nesta quinta-feira foi revelado que um médico da mesma clínica também foi contaminado.

Mais de 90 pessoas já foram colocadas em quarentena na capital, Bamako, após a morte da enfermeira, no mesmo momento em que um grupo exposto ao primeiro caso de Ebola do país completou os 21 dias de isolamento, tempo máximo de incubação do vírus.

"O presidente da República pediu ao primeiro-ministro que dê atenção urgente a todo o sistema montado para combater o Ebola e que reforce os controles de saúde nos vários postos de fronteira", afirmou um comunicado do governo.

Mas autoridades disseram não haver planos para fechar a fronteira, embora a enfermeira tenha sido infectada por um homem vindo da Guiné.

O presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, exortou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os serviços de saúde do Mali e de países vizinhos a trocarem informações permanentemente para aumentar a conscientização sobre a saúde e a higiene públicas.

Mostrando ter havido algum avanço contra a doença, a presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, disse que não prorrogará o estado de emergência imposto em agosto em função do Ebola, que atingiu seu país com mais força do que qualquer outro.

A emergência, que permitiu às autoridades conter a movimentação nas áreas mais afetadas, venceu oficialmente no começo deste mês, mas Sirleaf afirmou que o toque de recolher noturno continuará em vigor.

A OMS diz haver indícios de que a incidência de novos casos da doença está diminuindo na Guiné e na Libéria.

Na quarta-feira, a entidade declarou que o saldo total de mortes resultantes do Ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné chegou a 5.147 entre 14.068 casos até 9 de novembro, com 13 mortes e 30 casos registrados na Nigéria, no Senegal, no Mali, na Espanha e nos Estados Unidos.

Clínica Fechada

A morte da enfermeira de 25 anos no Mali, depois de tratar de um homem da Guiné cujos sintomas inicialmente não foram reconhecidos, forçou o fechamento da clínica na qual ela trabalhava.

A Clínica Pasteur, um dos principais centros médicos de Bamako e a clínica de referência dos expatriados, está sendo vigiada por soldados das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) com veículos blindados de transporte de pessoal e forças de segurança do país, afirmaram testemunhas.

O primeiro caso de Ebola do Mali foi uma menina de dois anos, que se contaminou na Guiné e morreu no mês passado.

Assim como as pessoas que tiveram contato com ela e que já encerraram seu período de quarentena, o Mali precisa agora rastrear todas que tiveram contato com a enfermeira e outras três pessoas infectadas juntamente com ela.

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