Kim Jong-nam: Malásia ainda não sabe como a arma química que matou irmão de Kim Jong-un entrou no país (Foto/AFP)
EFE
Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 07h48.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h42.
Bangcoc - A polícia da Malásia afirmou nesta sexta-feira que está investigando como foi introduzido no país o agente nervoso VX, a arma química supostamente utilizada no assassinato de Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
"Ainda não sabemos (como foi introduzido o VX). Estamos tentando averiguar. Mas se foi uma quantidade muito pequena, teria sido muito difícil de detectar", disse o chefe da polícia, Khalid Abu Bakar, aos jornalistas no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, segundo o jornal "The Star".
Questionado se o uso do arma química aponta para o regime da Coreia do Norte como responsável, Khalik ressaltou que por enquanto só podem certificar que foi a causa da morte de Kim Jong-nam.
"Eu só posso dizer que a causa de sua morte foi esse produto químico", afirmou, de acordo com o canal "Channel News Ásia".
Khalif disse que os agentes estão analisando os lugares onde estiveram as suspeitas que supostamente manipularam o VX que depois esfregaram no rosto de Kim Jong-nam no aeroporto de Kuala Lumpur, no último dia 13.
O chefe da polícia disse que não há perigo para os utilizadores do Terminal 2, onde ocorreu o incidente.
Vestígios do agente nervoso VX, considerado uma arma química pela ONU, foram encontrados no olho e o rosto de Kim Jong-nam, segundo um comunicado divulgado hoje pela polícia, que citou um relatório preliminar do Departamento de Química da Malásia.
Esta arma química, utilizada na guerra entre Iraque e Irã na década de 80, é um líquido oleoso e incolor que não tem cheiro nem sabor e é considerada um dos agentes nervosos mais tóxicos sintetizados.
O comunicado, assinado pelo chefe da Polícia Nacional, Khalid Abu Bakar, identifica a vítima apenas como um "cidadão norte-coreano", à espera que um parente reivindique o corpo através de um exame de DNA.
No entanto, o governo da Coreia do Sul tem insistido desde o início que Kim Jong-nam foi assassinado pelo regime de Pyongyang, que chegou a classificar como um "ato terrorista".
A polícia da Malásia prendeu um químico norte-coreano e as duas mulheres que abordaram a vítima, uma vietnamita e uma indonésia, enquanto emitiu mandados de prisão contra outros quatro norte-coreanos que também estariam envolvidos no crime.
Acredita-se que os suspeitos - Hong Song Hac, Ri Ji Hyon, O Jong Gil e Ri Jae Nam - fugiram da Malásia no mesmo dia da morte de Kim Jong-nam e se encontram em Pyongyang.
As autoridades também pediram permissão para a embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur para interrogar outros dois suspeitos: Hyon Kwang Song, segundo secretário da embaixada norte-coreana, e Kim Uk Il, empregado da companhia aérea estatal Air Koryo. EFE