Fórum Empresarial do Brics, realizado no sábado, no Rio de Janeiro (Michelle Fioravanti/CNI/Divulgação)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 6 de julho de 2025 às 10h00.
O Fórum Empresarial do Brics, após meses de trabalho, entrega neste domingo, 6, uma lista de 24 propostas para os chefes de Estado do bloco, para melhorar e ampliar os negócios entre os países.
Entre as principais recomendações, estão a criação de um programa conjunto para a recuperação de áreas degradas por meio de agricultura regenerativa e a ampliação de rotas aéreas entre os países.
A lista inclui ainda a aceleração do uso de energias renováveis, inclusive de oferta de combustível sustentável para aviação; o aumento de oferta de qualificação de pessoas para tecnologias verdes e a expansão de oferta de crédito para pequenos e médios negócios. Veja a relação completa mais abaixo.
As propostas foram elaboradas com a participação de mais de mil representantes do setor produtivo e especialistas das 11 nações que compõem o Brics: Brasil, Rússia, Índia, China, Emirados Árabes, África do Sul, Indonésia, Etiópia, Irã, Egito e Arábia Saudita.
Constanza Negri, sherpa do Cebrics, o Conselho Empresarial do Brics, diz que a pauta econômica tem grande espaço para crescer, pois "muitas oportunidades ainda não estão sendo exploradas em seu máximo potencial".
"Buscamos, nos diferentes grupos, entender quais são as propostas que podem fazer com que se é a aprofunde a pauta econômica, com alguns princípios norteadores, como a transição energética e o desenvolvimento inclusivo e sustentável", disse Negri.
Ela explica que os grupos de trabalho buscaram reduzir o número de propostas, para aumentar o foco sobre elas, e dar recomendações tangíveis e que possam ter impacto no curto e médio prazo.
"Tentamos evitar questões que muitas vezes tem uma discussão muito mais política, ideológica e que não traz um ganho, um resultado no curto prazo para o setor privado", afirma.
1. Estabelecer um programa dos Brics para agricultura regenerativa e recuperação de terras degradadas.
2. Ampliar as rotas de tráfego aéreo entre os países do Brics.
3. Cooperar para estabelecer confiança e governança na economia digital, promovendo parcerias público-privadas para acelerar a digitalização e a aplicação da inteligência artificial.
4. Acelerar a adoção de fontes de energia renovável e impulsionar a transição para energia limpa nos países do Brics.
5. Promover a expansão dos instrumentos de financiamento sustentável do Brics.
6. Melhorar a conectividade logística entre os países do Brics para estimular o crescimento do comércio e o desenvolvimento econômico.
7. Reforçar a cooperação tecnológica entre empresas do Brics para impulsionar a inovação, acelerar a modernização da indústria e garantir o acesso equitativo a tecnologias-chave.
8. Ampliar as iniciativas de requalificação profissional em tecnologias avançadas e áreas da transformação verde, a fim de apoiar a adaptação da força de trabalho às competências do futuro.
9. Reduzir barreiras comerciais entre os países do Brics por meio da cooperação regulatória e da digitalização dos processos de comércio.
10. Adotar políticas públicas inclusivas que apoiem ativamente as mulheres nas indústrias criativas, com o objetivo de estimular a inovação, capacitar as mulheres empreendedoras, impulsionar a diversificação econômica e aumentar a competitividade geral da Indústria Criativa no âmbito do Brics.
11. Implementar programas para facilitar o acesso a crédito e assistência técnica para mulheres empreendedoras rurais, garantindo apoio específico à inovação e adaptação às mudanças climáticas, fortalecendo a autonomia econômica e a proteção social.
12. Implementar uma estratégia coordenada entre governo e empresas para reduzir a mortalidade evitável e melhorar os resultados de saúde mental entre mulheres em situações vulneráveis, com foco na integração dos serviços essenciais de saúde da mulher nos sistemas de atenção primária à saúde.
13. Facilitar o acesso a mecanismos de crédito e financiamento para empresas lideradas por mulheres para aumentar a participação econômica em setores estratégicos e endossar a iniciativa de estabelecer o Fundo de Avanço de Mulheres do Brics para oferecer linhas de crédito personalizadas e condições favoráveis para apoiar projetos de pequenas e médias empresas pertencentes ou lideradas por mulheres.
14. Promover parcerias público-privadas para capacitar as mulheres em carreiras relacionadas a altas tecnologias e campos emergentes, garantindo que elas se tornem resilientes e se beneficiem plenamente do poder transformador das economias digitais e verdes.
15. Empoderar mulheres e promover a resiliência e a integração do setor de turismo nos países do Brics, aumentando a integração feminina e a liderança em novas tendências turísticas, como o turismo ambiental, de saúde, experiencial, comunitário e nômade digital.