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Mais de 700 crianças não vão encontrar as famílias no prazo nos EUA

Governo determinou que os adultos com que eram associadas "não eram elegíveis para reunificação" ou já haviam sido deportados

As polêmicas separações começaram em maio, no âmbito da política de "tolerância zero" (Daniel Becerril/Reuters)

As polêmicas separações começaram em maio, no âmbito da política de "tolerância zero" (Daniel Becerril/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de julho de 2018 às 21h56.

Mais de 700 crianças migrantes, que foram separadas dos adultos com os que entraram nos Estados Unidos a partir do México, não serão entregues às suas famílias antes desta quinta-feira (26), como foi ordenado por um juiz federal.

O Departamento de Justiça apontou em um documento introduzido em um tribunal de San Diego que até as 11H00 GMT (08H00 em Brasília) de 26 de julho, 1.820 crianças foram libertadas pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados.

Do total, 1.420 foram reunidas com seus pais em instalações da polícia migratória ICE e 378 libertados em "outras circunstâncias", como os que foram entregues a familiares ou a representantes que não são seus pais.

O documento detalha que 20 crianças nunca foram separadas dos adultos que as acompanhavam.

Por outro lado, no caso de outras 711 crianças, o governo determinou que os adultos com que eram associadas "não eram elegíveis para reunificação" ou já haviam sido deportados.

Este último é o caso de 431 adultos que já não estão nos Estados Unidos.

O governo disse, assim, que cumpriu o prazo disposto pela justiça, pois no caso das famílias não reunificadas não puderam ser confirmados os laços familiares, os pais têm antecedentes penais ou não puderam ser encontrados.

As polêmicas separações começaram em maio, no âmbito da política de "tolerância zero" de Donald Trump, quando os migrantes que entravam no país pela fronteira sul, ilegalmente ou pedindo asilo, eram detidos e processados em massa. Consequentemente, milhares de crianças foram separadas dos pais ou tutores e enviados a albergues em todo o país.

Essa política gerou uma onda de críticas dentro e fora dos Estados Unidos, especialmente após a difusão de um áudio - supostamente gravado em um abrigo - no qual se ouve crianças pequenas chorando e chamando pelos pais, que em sua maioria migraram para fugir da violência das gangues da América Central.

O governo de Donald Trump anunciou o fim desta política após aplicá-la por seis semanas, permitindo a reunião de centenas de famílias.

No entanto, o ritmo tem sido lento, pois pais e menores foram detidos em diferentes partes do país - às vezes a milhares de quilômetros de distância - e alguns adultos foram deportados sem seus filhos.

A secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, disse na terça-feira que o governo busca "reunir todas as famílias elegíveis".

Em declarações à emissora Fox News, Nielsen disse que sua pasta trabalha muito de perto com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que opera refúgios em todo o país aonde as crianças - alguns bebês - foram enviados.

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