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Mais de 70 deputados britânicos pedem extradição de Assange para a Suécia

Fundador do WikiLeaks foi detido na quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos

Assange: fundador da Wikileaks foi detido por acusações de estupro e agressão sexual e porque os EUA o consideram como uma ameaça (Henry Nicholls/File Photo/Reuters)

Assange: fundador da Wikileaks foi detido por acusações de estupro e agressão sexual e porque os EUA o consideram como uma ameaça (Henry Nicholls/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de abril de 2019 às 12h35.

Última atualização em 13 de abril de 2019 às 12h36.

Mais de 70 parlamentares britânicos assinaram uma carta na qual pedem ao governo que faça todo o possível para permitir a extradição de Julian Assange à Suécia, caso as autoridades suecas solicitem a medida.

O fundador do WikiLeaks foi detido na quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos para fugir de uma ordem de detenção britânica por acusações de estupro e agressão sexual na Suécia - que Assange sempre negou -, um caso arquivado desde então, mas cuja demandante deseja a reabertura.

O australiano de 47 anos foi igualmente detido em relação a um pedido de extradição dos Estados Unidos, país que considera Assange uma ameaça para sua segurança e quer julgá-lo.

Os deputados querem que o ministro britânico do Interior, Sajid Javid, dê prioridade à possível solicitação de extradição da Suécia.

"Escrevemos para pedir que faça todo o possível para apoiar uma ação que garantirá que Julian Assange possa ser extraditado à Suécia, caso a Suécia solicite a extradição", afirma os parlamentares em uma carta enviada ao ministro e compartilhada no Twitter pela deputada trabalhista Stella Creasy.

"Isto permitiria encerrar a investigação sobre uma acusação de estupro e, se for adequado, apresentar acusações e organizar um julgamento", acrescentam os deputados.

Os parlamentares, que afirmam ao mesmo tempo que isto "não pressupõe a culpa" de Assange, consideram que a denunciante deve "ver a justiça acontecer". A carta indica que a acusação de estupro tem um "limite de tempo que expira em agosto de 2020".

Após a detenção de Julian Assange, sua acusadora na Suécia anunciou que pretende solicitar a reabertura da investigação.

"Vamos fazer de tudo para que os promotores reabram a investigação sueca e que Assange seja entregue à Suécia e à justiça por estupro", afirmou sua advogada, Elisabeth Massi Fritz, à AFP.

Assange, que foi apresentado na quinta-feira a um tribunal londrino, poucas horas depois da detenção, foi declarado culpado de fugir da justiça, um delito que pode ser punido com um ano de prisão.

A sentença deve ser anunciada em breve.

O pedido de extradição americano por "hackear" será examinado em uma audiência em 2 de maio.

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