Putin foi reeleito presidente em março com 76,7% dos votos, o melhor resultado desde a sua chegada ao poder no ano 2000 (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de junho de 2018 às 10h32.
Moscou - Mais da metade dos russos quer que o presidente do país, Vladimir Putin, siga no cargo depois de 2024, quando termina seu atual mandato de seis anos, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira.
De acordo com a pesquisa do instituto independente Levada Center, 51% dos entrevistados responderam que "gostariam" que Putin continuasse na chefia de Estado da Rússia depois de 2024, contra 27% que disseram não.
A Constituição russa não permite que o presidente governe por mais de dois mandatos seguidos, e o próprio Putin disse recentemente - após ser reeleito em março - que não tinha intenção de mudar a lei, nem interesse em seguir no poder depois de 2024.
"Você está brincando? O que vou fazer? Ficar até os 100 anos?", respondeu Putin à pergunta de um jornalista sobre se tinha planos de mudar a Constituição.
A pesquisa entrevistou 1.600 pessoas em 52 regiões da Rússia nos últimos dias de maio.
Mais da metade dos entrevistados, 54%, esperam que Putin possa conseguir no atual mandato "a normalização das relações com o Ocidente", que vêm deteriorando-se desde 2014, por causa da crise ucraniana e da anexação da Crimeia.
No entanto, apenas 45% acreditam que será possível conseguir a suspensão das sanções impostas sobre a Rússia por esse caso nos próximos seis anos.
Putin foi reeleito presidente em março com 76,7% dos votos, o melhor resultado desde a sua chegada ao poder no ano 2000.
O diretor do Levada Center, Lev Gudkov, justificou o desejo de muitos russos quererem que Putin continue no poder depois de 2024 no fato de que "não há sucessores no horizonte e o povo está tratando essa questão de forma pragmática", em declarações ao jornal "Vedomosti".
A popularidade de Putin segue oscilando em torno de 80%, alimentada pelo enfrentamento com Ocidente.
Alguns analistas acreditam que o projeto de aumentar a idade mínima para a aposentadoria no país, que foi anunciado na semana passada e começa a ser debatido e hoje no parlamento, pode minar o apoio da população ao líder russo.