Atentado terrorista no Paquistão: a proximidade das eleições no país, previstas para o meio do ano, pode servir de incentivo para o aumento de ações terroristas (AFP/Karim Ullah)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 11h12.
Islamabad - Incidentes violentos de diversas categorias causaram a morte de 5.047 pessoas durante 2012, quase a metade do que em 2010, segundo um relatório publicado por um centro de estudos cujo diretor alertou nesta segunda-feira que essa tendência positiva pode variar.
O Instituto do Paquistão para Estudos de Paz (PIPS) detalhou em um estudo, que foi publicado na sexta-feira, que em 2012 foi reduzido tanto o número de vítimas da violência como o número de ataques das facções talibãs e outros grupos terroristas.
Os ataques terroristas perderam intensidade pelo terceiro ano consecutivo, mas a tendência parece estar mudando desde dezembro, disse à Agência Efe o direitor do PIPS, Mohammed Amir Rana, que alertou sobre a falta de estratégias eficazes das autoridades.
Para Rana, as intervenções militares pasquitanesas e os bombardeios com aviões não tripulados dos EUA minaram a capacidade dos insurgentes, mas essas ações não bastam e os talibãs, agrupados sob as siglas TTP, parecem estar se reorganizando.
O especialista alertou que a proximidade das eleições gerais no Paquistão, previstas para o meio do ano, pode servir de incentivo para o aumento de ações terroristas destinadas a influenciar na opinião pública e nos partidos políticos.
Segundo dados do PIPS, a região mais castigada pela violência no ano passado foi a província de Baluchistão, seguida pela província de Khyber Pathtunkwa - situada ao noroeste - e vizinho do Afeganistão.
O relatório também constata um grande aumento da violência sectária, especialmente dirigida contra a minoria xiita do país. No ano passado, morreram 537 pessoas neste tipo de atentado.