Em comunicado, a Amcham Brasil destacou que mais de 48% das exportações americanas ao Brasil entram sem tarifas (AFP)
Redatora
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 16h33.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 17h33.
Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 14, a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) destacou que mais de 48% das exportações dos Estados Unidos ao Brasil entram no país sem tarifas. Destas, 15% estão sujeitas às alíquotas de até 2%, o que evidencia benefícios mútuos na relação comercial entre os países.
A Amcham ressaltou que, apesar do anúncio do Fair and Reciprocal Plan pelos Estados Unidos, o comércio bilateral entre os dois países segue equilibrado, com os EUA acumulando um superávit de US$ 263,1 bilhões nos últimos dez anos.
"A relação econômica e comercial entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada e benéfica para empresas, trabalhadores e consumidores de ambos os países", disse a entidade sem fins lucrativos.
Embora a tarifa média nominal brasileira seja de 12,4%, a tarifa efetiva sobre os produtos dos Estados Unidos é significativamente menor, de 2,7%. Isso se deve, em grande parte, à participação de produtos como aeronaves, petróleo e gás natural, que entram no Brasil com isenção ou com alíquotas reduzidas, graças a regimes aduaneiros especiais.
Desde que assumiu, em 20 de janeiro, Trump tem usado as tarifas como forma de pressionar países a adotarem ações que ele deseja.
Além das tarifas recíprocas, houve dois grandes pacotes de medidas assinados por Trump.
No primeiro deles, de 1º de fevereiro, foram impostas tarifas extras de 25% ao México e ao Canadá e 10% sobre importações da China. No entanto, México e Canadá negociaram e conseguiram adiar por um mês a implantação das taxas, para 4 de março.
Já as tarifas sobre a China entraram em vigor em 4 de fevereiro. Em resposta, Pequim também aplicou novas tarifas sobre produtos americanos.
O segundo pacote envolveu taxas extras de 25% sobre aço e alumínio, que entram em vigor em 12 de março. Como o prazo é longo, há espaço para negociações, que poderão reduzir as medidas ou mesmo eliminá-las.
Em 2018, em seu primeiro mandato, Trump também anunciou tarifas, mas depois fez concessões, como a de estabelecer cotas de importação isentas, o que, na prática, fez com que vários países não fossem afetados pelas taxas.