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Mais de 300 padres católicos no Texas são acusados de pedofilia

Revelações são as mais recentes desde que a Igreja Católica prometeu mais transparência sobre casos de abuso sexual infantil envolvendo o clero

Igreja Católica identificou nesta quinta-feira no Texas os nomes de mais de 300 padres acusados de pedofilia nas últimas seis décadas (./Getty Images)

Igreja Católica identificou nesta quinta-feira no Texas os nomes de mais de 300 padres acusados de pedofilia nas últimas seis décadas (./Getty Images)

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AFP

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 08h56.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 08h57.

A Igreja Católica identificou nesta quinta-feira no Texas os nomes de mais de 300 padres acusados de pedofilia nas últimas seis décadas.

Essas revelações são as mais recentes desde que a instituição prometeu mais transparência sobre casos de abuso sexual infantil envolvendo o clero.

Os bispos das 15 dioceses do Texas informaram as identidades dos padres pedófilos, enquanto na Califórnia uma escritório de advogados apresentou novos nomes que, segundo eles, foram omitidos pelas autoridades eclesiásticas da cidade de San Bernardino.

Segundo a Diocese do Estado do Texas, todos os padres acusados morreram ou foram removidos do clero, ou ambos.

Dois padres em Houston enfrentaram acusações recentes, enquanto uma em San Antonio está sendo investigada.

"Os bispos do Texas decidiu divulgaram os nomes desses sacerdotes neste momento porque é o certo e o justo, para oferecer a cura e a esperança para aqueles que sofreram", disse o Cardeal Daniel DiNardo, da Diocese de Galveston-Houston presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.

As dioceses desse estado prometeram em outubro passado divulgar essa extensa lista, que data dos anos 1950. Nas principais cidades do estado: San Antonio, Houston e Dallas, 57, 42 e 31 nomes foram contados respectivamente. Alguns aparecem repetidos em várias listas.

"Em nome de todos aqueles que ainda não o fizeram, ofereço minhas sinceras desculpas", disse DiNardo.

A Igreja vem enfrentando meses de escândalos, com revelações de abusos disfarçados pela hierarquia em todo o mundo, principalmente na Austrália, Chile e Estados Unidos, onde um cardeal, Theodore McCarrick, renunciou acusado de abusar sexualmente de um adolescente nos anos 70.

A Rede de Sobreviventes de Abusos Praticados por Padres (SNAP na sigla em inglês) elogiou a divulgação, mas pediu às autoridades que conduzam investigações independentes.

"A única maneira para que os bispos aqui no Texas sejam realmente sinceros sobre a reconstrução da confiança sagrada é permitir uma revisão de todos os arquivos por especialistas da lei", disse um comunicado.

Procuradorias vários estados dos EUA já abriram investigações.

O escritório de advogados Jeff Anderson & Associates informou nesta quinta-feira que o relatório apresentado pela Diocese de San Bernardino, que mencionou 35 padres pedófilos, foi incompleta. O escritório apresentou seu próprio relatório, que aponta 84 padres.

Segundo os advogados, os nomes que completam o relatório estavam nos arquivos da diocese de San Diego, que pertenciam San Bernardino e Riverside antes de 1978, bem como as informações recolhidas a partir de relatórios de imprensa, relatórios de outras dioceses e outras ações.

"Revelar esta informação faz com que nossas crianças estejam mais seguras e permite aos sobreviventes, que ainda sofrem em silêncio pensando que eles estão sozinhos, saibam que não estão sozinhos, que não fizeram nada errado", disseram os advogados.

De acordo com o relatório, pelo menos sete dos 84 padres foram de San Bernardino para o México, incluindo o padre Fidencio Silva-Flores, que abusou de Manuel Vega, um policial aposentado que tem uma ação contra o Vaticano.

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