Renas: alta mortalidade também se deve a aumento no arquipélago norueguês do número de renas que disputa os mesmos campos (Anadolu Agency/Getty Images)
AFP
Publicado em 29 de julho de 2019 às 11h07.
Última atualização em 29 de julho de 2019 às 11h09.
Cerca de 200 renas morreram de fome no arquipélago norueguês de Svalbard, no Ártico, um número excepcionalmente alto explicado pelas mudanças climáticas na região, informou o Instituto Polar Norueguês nesta segunda-feira.
Durante o mapeamento anual da população de renas selvagens neste grupo de ilhas, localizado a cerca de 1.200 km do Polo Norte, três pesquisadores do Instituto Polar registraram cerca de 200 corpos de renas que morreram de fome durante o inverno.
Ashild Onvik Pedersen, a chefe do projeto de censo, vê nessa "alta taxa de mortalidade" uma consequência da mudança climática, duas vezes mais rápida no Ártico do que no resto do mundo, segundo os climatologistas.
"A mudança climática faz chover muito mais. A chuva cai sobre a neve e forma uma camada de gelo na tundra, o que torna as condições da grama para os animais muito ruins", disse à AFP.
Renas geralmente se alimentam de líquen que extraem da neve graças a seus cascos.
Geada e degelo alternados podem formar uma ou mais camadas de gelo impenetrável que as deixam sem comida.
Segundo Onvik Pedersen, a taxa de mortalidade é comparável à do final do inverno de 2007-2008, desde que a população de renas de Svalbard começou passar por um censo há 40 anos.
Essa alta mortalidade também se deve a um claro aumento no arquipélago da Noruega do número de renas que disputa os mesmos campos, disse a pesquisadora.
De acordo com o Instituto Polar Norueguês, o número de renas em Svalbard, um território duas vezes maior que a Bélgica, dobrou desde os anos 80, chegando atualmente a 22.000 exemplares.