Crianças em meio a casas destruídas na Síria: muitos pais temem por enviar seus filhos à escola pelos perigos no caminho ou no próprio colégio (Mohamed al-Khalif/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 13h19.
Genebra - O Unicef advertiu nesta terça-feira que mais de 2 milhões de crianças na Síria não poderão ir à escola neste ano e que, além disso, 400 mil estão em risco de abandonar os estudos por culpa do conflito bélico no qual o país se encontra.
Existem 5 mil escolas na Síria que não podem ser utilizadas por terem sido destruídas, danificadas, destinadas a uso militar ou transformadas em albergue para famílias deslocadas, indicou a organização.
Muitos pais temem por enviar seus filhos à escola pelos perigos no caminho ou no próprio colégio.
Só em 2014, pelo menos 60 escolas foram atacadas, e uma quarta parte dos professores deixaram seus postos e, apesar disso, os menores mostraram um interesse maiúsculo em aprender.
"Inclusive nas piores circunstâncias as crianças sírias seguem querendo aprender porque anseiam um futuro melhor", disse a representante do Unicef na Síria, Hanaa Singer, em comunicado.
"Devemos investir nas crianças sírias, porque elas são o futuro da Síria e ajudarão a reconstruir o país quando a paz voltar" ressaltou.
A organização está começando um programa de auto-aprendizagem para atingir meio milhão de crianças que perderam anos de escolaridade nas zonas onde o conflito bélico foi maior e as escolas foram fechadas.
Um programa de educação acelerada ajudará outras 200 mil crianças a se reintegrarem ao programa educativo.
Nas áreas que hospedam grandes números de crianças deslocadas, 600 escolas foram reabilitadas e 300 classes pré-fabricadas para receber outros 300 mil crianças.
A organização disse, além disso, que para poder continuar com a educação na Síria, são necessários US$ 68 milhões até o final de ano, dos quais US$ 12 milhões são necessários imediatamente.