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Mais de 17 milhões de pessoas passam fome no Iêmen, diz ONU

Segundo o coordenador da ONU no país, desse total, 7 milhões estão a um passo da crise de fome

Fome: o país depende de 80% a 90% da importação de alimentos (Brent Stirton/Reportage/Getty Images)

Fome: o país depende de 80% a 90% da importação de alimentos (Brent Stirton/Reportage/Getty Images)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 14h47.

Sana - Mais de 17 milhões de iemenitas já não têm condições de obter o próprio alimento e entre eles 7 milhões estão prestes a entrar em uma crise de fome provocada pelo conflito, disse o coordenador para Assuntos Humanitários das Nações Unidas no Iêmen, Jamie McGoldrick, nesta quarta-feira.

Em entrevista coletiva na capital, Sana, ele explicou que dos 24 milhões de habitantes do Iêmen, mais de 17 milhões não se alimentam o suficiente e se viram obrigados a diminuir suas comidas mais básicas.

Segundo ele, desse total, 7 milhões "não sabem como vão conseguir a refeição seguinte e estão a um passo da crise de fome", algo "inédito" no país.

"Somos testemunhas da escassez de alimentos, da instabilidade na produção agrícola, assim como do aumento dos preços da comida e do combustível", disse ele.

Segundo o coordenador, o país depende de 80% a 90% da importação de alimentos. Devido ao conflito, esse fornecimento está em risco e por isso ele fez um pedido de socorro para que todas as partes envolvidas na guerra ajudem os civis.

McGoldrick disse estar preocupado com as intensas e contínuas disputas e a mobilização militar no litoral oeste do Iêmen, perto do Porto de Al Hudaydah, no Mar Vermelho, já que essa é a principal saída marítima para o norte e para o oeste do país, controlado pelos rebeldes xiitas houthis.

O aumento dos combates entre as forças leais ao presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi, reconhecido internacionalmente, e os rebeldes houthis provocou restrições na entrada de produtos no país, o que "agrava a situação humanitária".

O coordenador para Assuntos Humanitários da ONU no Iêmen pediu "urgentemente" para todas as partes em conflito e para aquelas que têm influência no país que facilitem "imediatamente" a entrada dos produtos básicos nos portos "para salvar a vida dos civis".

Em março de 2015, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita começou uma intervenção no Iêmen em apoio a Hadi e contra os rebeldes - apoiados pelo Irã - que controlam a capital e várias cidades importantes. Isso se traduziu em uma intensificação do conflito. A instauração da paz segue sem perspectivas, apesar dos esforços internacionais e dos contínuos pedidos para o fim dos combates.

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