Mundo

Mais de 1,5 bilhão de muçulmanos iniciam o jejum do Ramadã

Nos países de maioria muçulmana, a vida se transforma totalmente durante o mês do jejum

Muçulmanos: na maior parte do mundo muçulmano o Ramadã é cumprido por vontade própria ou por pressão social (Dondi R. Tawatao/Reuters)

Muçulmanos: na maior parte do mundo muçulmano o Ramadã é cumprido por vontade própria ou por pressão social (Dondi R. Tawatao/Reuters)

E

EFE

Publicado em 26 de maio de 2017 às 09h56.

Rabat - Mais de 1,5 bilhão de muçulmanos de todo o mundo (quase a quarta parte da população mundial) iniciam no sábado o mês de jejum do Ramadã, o mais importante do calendário por constituir um dos cinco pilares do Islã.

Durante este mês, os muçulmanos que tiveram alcançado a puberdade não poderão comer, beber, fumar e nem manter relações sexuais enquanto o sol estiver no horizonte, e desta obrigação só ficam excluídas as mulheres menstruadas e as grávidas, os doentes e os viajantes que realizam trajeto penoso, ainda que todos eles "deverão pagar" mais tarde pelos dias de jejum.

As horas exatas do nascer e do pôr do sol aparecem hoje em dia em qualquer tela de celular, mas as mesquitas também se encarregam de lembrar com suas chamadas à oração do Fayer (nascer) e do Magreb (pôr), e as grandes cidades utilizam além disso canhões e sirenes para marcar o esperado momento do pôr-do-sol.

Nos países de maioria muçulmana, a vida se transforma totalmente durante o mês do jejum: as empresas, as repartições públicas e as escolas encurtam seus horários de funcionamento para que o jejum seja mais suportável, enquanto os cafés e restaurantes fecham durante as horas diurnas e ficam abertos durante a noite.

Paradoxalmente, o mês do jejum é também o mês no qual há uma maior despesa por alimentos nos lares, e os indicadores de consumo disparam neste mês sagrado, bem como os preços das compras.

São poucos os países que obrigam por lei o jejum e castigam o infrator (Arábia Saudita, Bahrein, Paquistão, Afeganistão, Irã, Malásia, Brunei e Marrocos); na maior parte do mundo muçulmano o Ramadã é cumprido por vontade própria ou por pressão social, e é pouco usual ver uma pessoa infringindo o jejum em público.

A observação do jejum torna-se um dos melhores termômetros para medir as raízes no mundo do Islã, que é atualmente a religião que mais cresce a nível global e na qual mais cresce a prática junto à crença.

Um recente estudo do prestigiado Pew Research Center dos Estados Unidos perguntava: "Quanto importa o Islã em sua vida?". Os resultados mostraram que mais de 90% dos entrevistados na África e no sudeste asiático (onde se concentra a maior parte dos muçulmanos) diziam que "importa muito"; e a porcentagem era de mais de 80% no mundo árabe e na Turquia. Só ficou abaixo dos 70% nas ex-repúblicas soviéticas.

Esse mesmo estudo perguntava por questões mais concretas sobre a aplicação, como a frequência da reza, o comparecimento à mesquita, a leitura do corão e a entrega de esmolas, e de todas elas, o jejum no Ramadã era com muita diferença a prática islâmica mais respeitada entre os muçulmanos de todo o mundo.

Levando em conta o rápido crescimento demográfico das regiões do mundo com mais muçulmanos (Ásia e África), que será o dobro que no resto do mundo, calcula-se que os muçulmanos quase vão duplicar de número até 2050, somando 2,8 bilhões de seguidores, o que os transformará então na primeira religião do mundo, à frente do cristianismo.

Acompanhe tudo sobre:MuçulmanosReligião

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia