Mundo

Mais de 100 detidos em protesto contra mobilização militar na região sudoeste da Rússia

Para tentar acalmar a população, comandante militar afirmou que serão convocados prioritariamente homens com "especialização militar" e que recrutas não serão enviados à Ucrânia

Convocação na Rússia: protesto contra a mobilização militar em São Petersburgo em 24 de setembro de 2022 (AFP/AFP)

Convocação na Rússia: protesto contra a mobilização militar em São Petersburgo em 24 de setembro de 2022 (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 07h22.

Mais de 100 pessoas foram detidas no domingo no Daguestão durante um protesto contra a mobilização militar nesta região russa do Cáucaso, que já pagou um preço elevado desde o início da ofensiva na Ucrânia.

De acordo com a ONG OVD-Info, que monitoras as ações da oposição, a polícia de Makhatchkala, capital do Daguestão (sudoeste da Rússia) prendeu 101 pessoas.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo na newsletter gratuita EXAME Desperta.

A imprensa divulgou imagens de mulheres discutindo com policiais durante a manifestação. "Por que levam os nossos filhos?", pergunta uma delas. Outras imagens mostram policiais agredindo manifestantes.

A República do Daguestão é um dos territórios mais pobres da Rússia. É uma região multiétnica de maioria muçulmana. A região sofreu na primeira década do século com uma guerra entre as forças russas e uma guerrilha extremista.

Também é uma das regiões russas com maior proporção de homens mortos na Ucrânia desde o início da ofensiva russa contra Kiev, de acordo com meios de comunicação independentes.

Para tentar acalmar a população, o comandante militar do Daguestão, Daitbeg Mustafayev, afirmou que serão convocados prioritariamente homens com "especialização militar" e que recrutas não serão enviados à Ucrânia.

Nos últimos dias, vários protestos foram registrados na Rússia contra a mobilização parcial ordenada em 21 de setembro pelo presidente Vladimir Putin.

LEIA TAMBÉM: Rússia promete corrigir 'erros' após convocação de doentes e idosos

Nesta segunda-feira, um homem abriu fogo contra um centro de recrutamento do exército na Sibéria e feriu um militar.

O incidente aconteceu na cidade industrial de Ust-Ilimsk, milhares de quilômetros ao norte de Irkutsk, na vasta e pouco habitada região da Sibéria.

O governador de Irkutsk, Igor Kobzev, informou que um militar está em "condição crítica" e o atirador, de 25 anos, foi detido.

De acordo com a organização OVD-Info, mais de 2.300 pessoas foram detidas desde o anúncio de Putin em protestos contra a mobilização militar. Muitos russos também deixaram o país.

Os críticos acusam o Kremlin de querer mobilizar prioritariamente os homens que vivem em zonas pobres e remotas.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:GuerrasRússiaUcrânia

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'