A "Operação Esforço", espalhada por diversos países, indentificou 733 suspeitos de pedofilia, segundo agências de crime europeias (Thomas Coex/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 17h33.
Londres - Mais de 1.400 menores sofreram abusos sexuais durante 16 anos em Rotherham, cidade de nordeste da Inglaterra, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira que acusa as autoridades de negligência.
O texto recrimina as autoridades desta cidade de 120.000 habitantes de ter fracassado na hora de impedir os abusos, que se caracterizaram desde estupros coletivos a sequestro e tráfico de meninas.
"Ninguém conhece a verdadeira extensão da exploração sexual em Rotherham ao longo dos anos", afirmou a professora Alexis Jay, autora do estudo independente encomendado pelo governo da cidade.
"Nossa estimativa conservadora é que foram aproximadamente 1.400 no período completo da investigação, de 1997 a 2013", afirmou Jay, uma especialista em serviços sociais.
"As autoridades envolvidas têm de responder a muitas coisas", acrescentou, uma vez que as primeiras denúncias foram ignoradas.
Jay disse ainda que a maioria dos autores dos abusos foi descrita como "asiáticos" pelas vítimas.
Mas, segundo ela, os funcionários acharam que se tratava de um problema pontual e, além disso, tinham receio de se envolver numa questão étnica e serem acusados de racismo.
Jay contou ainda que algumas vítimas foram encharcadass com gasolina e ameaçadas de serem queimadas, tanto para silenciar a própria violência quanto para presenciar estupros e não denunciar o crime.
A investigação começou em 2010 depois da condenação de cinco homens por delitos sexuais, incluindo menores.
Depois da difusão do relatório, a prefeitura de Rotherham emitiu um comunicado apresentando suas desculpas "a quem foi abandonado quando precisava de ajuda".