Manifestação a favor da unidade da Espanha no dia de referendo separatista da Catalunha, dia 01/10/2017 (Rafael Marchante/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 11h26.
Madri - Mais da metade dos espanhóis é a favor de uma antecipação da eleição nacional, revelou uma pesquisa nesta segunda-feira, já que o apoio ao governo de minoria, envolvido na pior crise política do país em décadas, está recuando.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, impôs um controle direto sobre a região da Catalunha depois que esta realizou um referendo de independência em 1ª de outubro que os tribunais do país consideraram ilegal.
O mandato do governo de minoria liderado por seu Partido Popular (PP) termina em 2020, mas 55 por cento dos entrevistados na sondagem divulgada nesta segunda-feira disseram querer uma votação antes disso.
A cifra de uma pesquisa equivalente de outubro foi de 49 por cento.
A pesquisa foi realizada pelo instituto Metroscopia para o jornal El País entre 6 e 8 de novembro, enquanto o ex-presidente catalão Carles Puigdemont -cujo governo foi destituído por Rajoy- levava adiante sua campanha pela separação da região em seu exílio voluntário na Bélgica.
As autoridades de Madri convocaram uma eleição para a Catalunha a ser realizada em 21 de dezembro.
Rajoy conquistou um segundo mandato em outubro de 2016, quando o PP obteve a maioria dos votos, mas não conseguiu uma maioria parlamentar.
A fraqueza do PP no Parlamento tornou difícil para o governo aprovar leis, inclusive o Orçamento de 2018.
O apoio à sigla, se as eleições ocorressem hoje, seria de 26,1 por cento. Em julho era de 26,9 por cento.
O endosso ao Ciudadanos, partido pró-Espanha originário da Catalunha, saltou de 18,5 para 22,7 por cento, o que o deixa em segundo lugar ao lado do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
A pesquisa refletiu um levantamento oficial realizado no início de outubro que mostrou que o apoio ao partido Ciudadanos cresceu durante a crise catalã, que se tornou o segundo maior tema de preocupação, só atrás do desemprego.
O Podemos, partido de esquerda que apoia um referendo de independência catalã negociado, viu as intenções de voto caírem dos 18,7 por cento anteriores para 14,7 por cento, como revelou a sondagem da Metroscopia.