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Maioria dos países da UE encerra neste domingo votação para parlamento

No pleito serão escolhidos 751 representantes, mas que serão reduzidos assim que o Brexit for efetivado

União Europeia: os cidadãos de até 21 países comparecerão às urnas amanhã, fechando quatro dias de votação para escolher os parlamentares da próxima legislatura (Dominic Lipinski/Getty Images)

União Europeia: os cidadãos de até 21 países comparecerão às urnas amanhã, fechando quatro dias de votação para escolher os parlamentares da próxima legislatura (Dominic Lipinski/Getty Images)

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EFE

Publicado em 25 de maio de 2019 às 13h17.

Bruxelas - A maioria de países da União Europeia (UE) vota neste domingo (25) para escolher os representantes no Parlamento Europeu de mais de 500 milhões de pessoas durante os próximos cinco anos, um momento decisivo do projeto europeu diante da saída do Reino Unido e do crescimento de movimentos extremistas.

Os cidadãos de até 21 países comparecerão às urnas amanhã, fechando quatro dias de votação para escolher os parlamentares da próxima legislatura, um processo que começou na quinta-feira na Holanda e no Reino Unido.

No pleito serão escolhidos 751 representantes, mas que serão reduzidos assim que o Brexit for efetivado, já que as cadeiras ocupadas por britânicos serão distribuídas entre outros Estados-membros e também serão reservadas para a possível incorporação de novos países à União.

As eleições que a primeira-ministra britânica, Theresa May, nunca quis realizar, paradoxalmente, foram finalmente convocadas no Reino Unido devido ao adiamento do divórcio com a União, que acontecerá em 31 de outubro e foi solicitado por Londres ao não conseguir a aprovação do parlamento para o acordo negociado com Bruxelas.

A pressa com a qual o Reino Unido organizou o pleito, de última hora, deixou muitos cidadãos comunitários que vivem em seu território sem poder votar, um tema que a Comissão Europeia já disse que será avaliado para verificar se houve alguma infração.

Esta também é a primeira vez que acontecem eleições ao Parlamento Europeu durante um processo de redução de membros do bloco.

Essa circunstância, junto com a proliferação de partidos eurocéticos e de extrema direita, que questionam valores fundamentais da União com seus discursos xenofóbicos, tornam o pleito um termômetro do que pode acontecer com o projeto europeu.

A grande coalizão formada até agora pelo Partido Popular Europeu e pelos Socialistas Europeus pode não atingir a maioria e necessitar do apoio dos liberais, enquanto a ascensão que as previsões indicam em vários países dos partidos vinculados às questões ambientais poderia transformá-los em uma bancada-chave no plenário.

Na noite de domingo, quando serão conhecidos os primeiros resultados oficiais dos países, será possível ver até que ponto conseguirão avançar os partidos anti-Europa e de extrema direita, que na última legislatura estiveram divididos em até três bancadas distintas.

Estas eleições também são importantes porque nelas concorrem os líderes das listas apresentadas pelas diferentes coalizões, que são candidatos a presidir a Comissão Europeia.

São os chamados "Spitzenkandidaten", que o Parlamento Europeu quer legitimar pelo voto dos cidadãos apesar de que, segundo os Tratados, cabe ao Conselho Europeu - formado pelos chefes de Estado e de governo dos Estados-membros - a última palavra nas nomeações dos líderes das instituições da UE.

De fato, os chefes de Estado e de Governo da UE se reunirão em um jantar informal na próxima terça-feira para começar a negociar os nomes que serão designados para presidir não só a Comissão, mas o próprio Conselho Europeu e também o Parlamento, e outros cargos como o de alto representante para a Política Externa.

Até agora, embora não exista uma lei escrita sobre isso, tentou-se manter um equilíbrio entre forças políticas, ao quais se unirá o fator de igualdade de gênero.

Os cabeças de lista são o alemão Manfred Weber (Partido Popular Europeu), o holandês Frans Timmermans (Partido dos Socialistas Europeus), o tcheco Khan Zahradil (Conservadores e Reformistas), a alemã Ska Keller e o holandês Bas Eickhout (Verdes) e a eslovena Violeta Tomic e o belga Nico Cue (Esquerda Unitária Europeia).

Já a Aliança de Liberais e Democratas da Europa, que se opõe ao princípio dos "Spitzenkandidaten", tem até sete candidatos principais, entre eles a dinamarquesa Margrethe Vestager, o belga Guy Verhofstadt e o espanhol Luis Garicano.

Para a cobertura da noite eleitoral um número recorde de jornalistas foi credenciado, 1.300, segundo o Parlamento Europeu, que transformará o plenário em um grande centro de imprensa.

O porta-voz do Parlamento Europeu, Jaume Duch, afirmou neste sábado em comunicado que o interesse dos veículos de imprensa nestas eleições "é muito maior" que nas anteriores, o que demonstra, na sua opinião, "a crescente importância deste exercício democrático transnacional, que é único no mundo". EFE

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