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Máfia: governo italiano dissolve prefeitura na Calabria

A decisão inédita na Itália foi tomada após um vereador ter sido preso e acusado de pertencer a um grupo da máfia calabresa, a 'Ndrangheta


	Prefeitura de Reggio Calabria: uma comissão averiguou uma suposta infiltração da máfia no Conselho do Governo da cidade
 (Wikimedia Commons)

Prefeitura de Reggio Calabria: uma comissão averiguou uma suposta infiltração da máfia no Conselho do Governo da cidade (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 12h36.

Roma - Após um vereador ter sido preso e acusado de pertencer a um grupo da máfia calabresa, a 'Ndrangheta, o governo italiano ordenou a dissolução da Prefeitura de Reggio di Calabria, capital da província de mesmo nome, um fato que nunca havia ocorrido na Itália até então.

Em entrevista coletiva, a ministra de Interior da Itália, Anna Maria Cancellieri, anunciou que a medida foi aprovada pelo Conselho de Ministros e que essa intervenção se produz de modo preventivo, já que, por enquanto, não há provas de infiltrações da máfia no governo da cidade.

Desta forma, o prefeito Demetrio Arena, do conservador partido Povo da Liberdade (PDL), e os funcionários da junta municipal foram afastados, enquanto três novos comissários deverão administrar a cidade nos próximos 18 meses.

Considerada 'dolorosa e necessária' pela ministra Anna Maria, esta medida foi tomada após uma consulta ao relatório de uma comissão que averiguou essa suposta infiltração da máfia no Conselho do Governo da cidade.

Neste caso, a comissão investigou uma empresa de participação municipal, que teria ligações com a 'Ndrangheta, e também o caso de Giuseppe Plutino, um ex-conselheiro do PDL que foi detido no último ano por seu envolvimento com a máfia.

Segundo a imprensa italiana, o relatório redigido pelo delegado do governo da cidade, Vittori Piscitelli, assegura que 'a 'Ndrangheta conseguiu penetrar nos setores mais delicados da administração pública, como provam as prisões entre agentes das forças da ordem e magistrados'.

A investigação, de acordo com a imprensa italiana, também revelou que o ex-conselheiro do PDL pagou cerca de 200 mil euros para dois integrantes da 'Ndrangheta em troca de 4 mil votos (50 euros por voto) para garantir sua eleição nos pleitos regionais.

Segundo o último relatório do Instituto italiano de pesquisas socioeconômicas, Eurispes, a 'Ndraghetta, que busca uma expansão ao norte do país, movimenta anualmente até 44 bilhões de euros com suas atividades ilegais. EFE

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