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Mãe de jovem morta acusa Trump de usar caso ao acusar muçulmanos

Em uma carta aberta ao presidente americano, Rosie Ayliffe, mãe de Mia, condena o vínculo estabelecido entre o crime e o islamismo radical

Mia Ayliffe-Chung, turista britânica morta na Austrália em agosto de 2016 (Facebook/Reprodução)

Mia Ayliffe-Chung, turista britânica morta na Austrália em agosto de 2016 (Facebook/Reprodução)

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AFP

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 10h14.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 10h16.

A mãe de uma turista britânica assassinada na Austrália criticou Donald Trump por incluir a morte de sua filha na lista de atentados jihadistas que supostamente não receberam cobertura da imprensa, e acusou o presidente americano de usar a sua filha para demonizar os muçulmanos.

O presidente dos Estados Unidos acusou na segunda-feira a mídia "desonesta" de não desejar cobrir alguns ataques extremistas, sem apresentar evidências.

A Casa Branca publicou posteriormente uma lista de 78 "atentados" que teriam sido "executados ou inspirados" pelo grupo Estado Islâmico.

Vários meios de comunicação, como BBC, The Guardian, The Washington Post e Le Monde, responderam com links que demonstram a ampla cobertura dos ataques.

A lista inclui cinco "atentados" na Austrália, entre eles o assassinato em agosto do ano passado de dois mochileiros britânicos, Mia Ayliffe-Chung, 21 anos, e Tom Jackson, 30, um crime que teve ampla cobertura da Agence France-Presse (AFP) e de vários outros meios de comunicação.

Em uma carta aberta ao presidente americano publicada nas redes sociais, Rosie Ayliffe, mãe de Mia, condena o vínculo estabelecido entre este crime e o islamismo radical.

"A possibilidade de que as mortes de Mia e Tom tenham sido consequência de um ataque terrorista islâmico foi descartada nos primeiros momentos da investigação", escreve.

O francês Smail Ayad foi acusado pelos assassinatos, cometidos em um albergue de Home Hill, ao norte do estado de Queensland.

A polícia australiana informou que o francês gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande) no momento do crime e durante a detenção, mas indicou posteriormente que não detectou nenhum vínculo terrorista.

"Qualquer idiota pode gritar Allahu Akbar ao cometer um crime", escreveu Rosie Ayliffe, que afirmou ter viajado muito pelo mundo muçulmano e ter encontrado apenas "respeito e hospitalidade".

"Esta difamação de Estados nações inteiros e suas populações com base na religião é uma recordação terrível do horror que pode acontecer quando nos permitimos ser liderados por ignorantes para a escuridão e o ódio", completa.

"A morte de minha filha não será utilizada para promover esta perseguição insana de inocentes", conclui.

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