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Mãe de crianças assassinadas é detida na Austrália

Segundo a polícia, a mulher é mãe das sete crianças mais jovens e tia da adolescente de 14 anos que foram encontradas mortas no norte da Austrália

Crianças depositam flores diante da casa na qual oito menores de idade foram encontrados mortos na cidade de Cairns, norte da Austrália (AFP)

Crianças depositam flores diante da casa na qual oito menores de idade foram encontrados mortos na cidade de Cairns, norte da Austrália (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2014 às 18h14.

A mãe de sete das oito crianças encontradas mortas a facadas, em uma casa na cidade australiana de Cairns, foi detida, em um caso que provocou extrema comoção no país, poucos dias depois da tomada de reféns em Sydney.

"A mãe, de 37 anos, de várias das crianças envolvidas nesse incidente foi presa por assassinato, durante a noite, e está sob custódia policial no Hospital de Cairns Base", disse à imprensa o inspetor de polícia Bruno Asnicar.

A polícia confirmou que entre as oito vítimas estão quatro meninas (de dois, 11, 12 e 14 anos) e quatro meninos, de cinco, seis, oito e nove anos de idade. As autoridades não divulgaram os nomes por razões culturais, pois em algumas culturas aborígenes é considerado pouco respeitoso dizer o nome de uma pessoa falecida.

Segundo a polícia, a mulher é mãe das sete crianças mais jovens e tia da adolescente de 14 anos.

Ela ainda não foi indiciada e segundo a polícia está colaborando com a investigação.

"Está em condição estável e recebe atendimento", disse o inspetor Asnicar, antes de afirmar que a mulher tem ferimentos de arma branca no torso, sem informar se ela foi responsável pelos mesmos.

Segundo a polícia de Cairns, os agentes foram chamados à casa e encontraram os corpos das oito crianças.

Os legistas estão trabalhando na casa, mas os cadáveres já foram enviados para o necrotério.

A tragédia teria sido descoberta pelo filho mais velho, de 20 anos, da mulher detida, quando chegou na manhã de sexta-feira na casa da família em Manoora, um bairro do subúrbio de Cairns.

A polícia não informou como as crianças morreram, mas confirmou que facas foram encontradas na casa.

De acordo com Asnicar, as autoridades devem divulgar informações após os resultados das necropsias.

O companheiro da mulher, que não seria o pai das crianças, vive na mesma casa, segundo o canal Sky News Australia. Uma apresentadora da emissora não conseguiu conter as lágrimas ao anunciar a notícia.

"Ainda não estamos em condições de apontar suspeitos", disse Asnicar.

Os investigadores querem falar com todas as pessoas que entraram em contato com a família nos últimos dois ou três dias.

O inspetor também tentou tranquilizar a polícia, ao dar a entender que a polícia não procura um assassino em fuga.

"A população não deve ficar inquieta, além do fato de que foi uma tragédia. A situação está sob controle no momento", disse.

Neste sábado foi improvisado um memorial em um parque localizado perto da casa da tragédia. Muitas pessoas levaram flores, velas e brinquedos para lembrar as criançass.

Tim Nicholls, primeiro-ministro interino do estado de Queensland, deixou flores no local e afirmou que não tem ideia da motivação do crime.

A casa foi isolada pela polícia e apenas agentes autorizados têm autorização para entrar na residência.

O bairro tem uma grande comunidade indígena e muitos vizinhos têm laços de parentesco.

"As pessoas desabaram. Também afirmaram que ela (a mulher ferida) era uma mãe muito orgulhosa que amava muitos o filhos e era muito, muito protetora", afirmou um repórter do jornal Cairns Post ao canal ABC.

Um casal de vizinhos descreveu o bairro de Manoora como difícil, marcado pelo alcoolismo e a violência.

Os assassinatos chocaram a Austrália, que ainda tenta se recuperar de outra tragédia, a tomada de reféns em um café de Sydney na segunda-feira que terminou com a morte de duas pessoas, além do sequestrador.

Após a tomada de reféns em Sydney, o primeiro-ministro Tony Abbott reagiu ao novo drama, afirmando que seu país vive dias difíceis.

"Nesta noite, o país derramará lágrimas e orará após este crime", declarou em um comunicado.

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