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Mãe de ativista do Greenpeace quer viajar para ver filha

Mãe da brasileira presa na Rússia saiu satisfeita do encontro que teve com o governador do Rio Grande do Sul

Ativistas do Greenpeace seguram cartazes com a foto de Ana Paula Maciel durante protesto em frente à embaixada da Rússia, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ativistas do Greenpeace seguram cartazes com a foto de Ana Paula Maciel durante protesto em frente à embaixada da Rússia, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 20h41.

Porto Alegre - Rosângela Maciel, mãe da brasileira ativista do Greenpeace presa desde o dia 19 na Rússia, a bióloga Ana Paula Maciel, saiu satisfeita do encontro que teve na tarde desta segunda-feira, 14, com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Rosângela afirmou esperar que a proposta de uma viagem ao país em comitiva, sugerida por Genro, para ver de perto a situação da filha, se concretize.

"Ficaram de estudar essa possibilidade. O Tarso disse que dará todo apoio à família, assim como já prometeu o governo federal. Mas existe muita coisa de politicagem, economia, muito envolvimento entre Brasil e Rússia. Mas senti uma grande possibilidade de as coisas melhorarem", afirmou. A brasileira ativista do Greenpeace foi detida no dia 19 na Rússia durante um protesto no Oceano Ártico, quando um grupo de 30 manifestantes tentava ingressar numa plataforma de petróleo.

A reunião durou cerca de 40 minutos e ocorreu com portas fechadas no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Participaram, além de Rosângela e do governador, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Fabiano Pereira, o pai de Ana Paula, Jaires Maciel, e o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sergio Leitão. "A relação com o Estado nacional não é feita por nós, mas a família terá todo carinho e acolhimento do governo, pois se trata de uma brasileira e gaúcha. A preocupação que temos num momento como este é com os direitos resguardados", ressaltou Genro, ao fim do encontro.

Uma carta de garantia foi enviada pelo governo federal a Moscou. O documento é considerado a solução mais eficiente para que Ana Paula responda ao processo em liberdade. "A Embaixada do Brasil está se responsabilizando, garantindo que ela irá responder ao processo. Não queremos nenhum privilégio para a Ana Paula, só queremos que ela seja tratada com dignidade, justiça e que os direitos civis sejam respeitados", afirmou a mãe.

"A carta dá ao governo russo a garantia de que, se a Ana Paula for colocada em liberdade, poderá responder ao processo sem a necessidade de ficar presa porque terá a garantia de que ela não vai fugir. Ela ficaria na Rússia até a conclusão do processo, mas em liberdade", afirmou Leitão. "É uma gaúcha que precisa voltar para casa, afinal ela só estava lutando por sonhos e por aquilo que acredita, e isso não é crime em lugar nenhum no mundo", afirmou o pai de Ana Paula. A família prepara um ato público pela liberdade da ativista do Greenpeace presa. A manifestação está prevista para o último fim de semana de outubro, no Parque Farroupilha, mais conhecido como Parque da Redenção, o mais tradicional da capital gaúcha, e contará com apoio do Greenpeace.

Telefonema

Na quinta-feira, 10, Ana Paula conseguiu falar por cinco minutos com a família, por telefone, o primeiro sem intermediários desde a prisão. "Foi um alívio ouvir a voz dela", disse Rosângela. A ativista do Greenpeace disse ser bem tratada e se surpreendeu com os relatos de que a prisão tomou dimensão mundial.

A conversa só aconteceu depois que o Consulado do Brasil em Moscou e os advogados do Greenpeace intervieram junto à autoridade russa, uma vez que a administração da penitenciária de Murmansk, onde está Ana Paula, não permitia que ela falasse com a mãe em português, apenas em inglês. "Ela falou o mesmo conteúdo que escreveu nas cartas. Que está bem, que recebe todo o apoio do Greenpeace e da embaixada, e que acredita num desfecho bom para tudo isso", disse a mãe. Na semana passada, Rosângela recebeu duas cartas da ativista, uma escrita no dia 27 e outra no dia 2. As correspondências chegaram no mesmo dia, por meio de emissários. Em 24 de novembro, a Justiça russa avaliará a ação dos ativistas presos para, então, julgá-los ou não. Até lá, eles permanecem presos "para averiguação".

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