Mundo

Maduro tem responsabilidade penal por onda de mortes, diz OEA

O secretário-geral da Organização criticou o "uso sistemático de repressão violenta" adotado pelo governo contra os protestos ocorridos no país

Nicolás Maduro: o documento inclui uma lista com os nomes e dados de 92 pessoas mortas nos protestos no país (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Nicolás Maduro: o documento inclui uma lista com os nomes e dados de 92 pessoas mortas nos protestos no país (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

A

AFP

Publicado em 20 de julho de 2017 às 11h09.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou nesta quarta-feira que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e outros membros da cúpula do governo têm "responsabilidade penal" sobre os mortos na onda de protestos.

"O regime (venezuelano) persiste com a violação sistemática da Constituição e com o uso sistemático da repressão violenta, os únicos meios que lhe permitem se manter no poder", escreveu Almagro em seu terceiro relatório sobre a Venezuela e o primeiro após o início da atual onda de protestos, em 1º de abril.

"A cadeia de comando começa no topo da estrutura hierárquica. Têm responsabilidade penal os que elaboram a política e planejam a estratégia de repressão, assim como os que participam e são cúmplices da aplicação desta política".

Em seu relatório de 60 páginas, dirigido ao presidente do Conselho Permanente da OEA, embaixador brasileiro José Luiz Machado e Costa, Almagro critica a repressão contra os manifestantes, assim como a convocação de uma Assembleia Constituinte por parte de Maduro.

"O presidente Maduro, seu vice-presidente e seu Gabinete dão instruções à direção das forças militares e aos corpos policiais (...). Estas organizações, junto com suas contrapartes regionais e o aparato de segurança paramilitar, os chamados coletivos, executam as ordens emanadas do Poder Executivo", destaca o relatório.

"A responsabilidade pelos crimes perpetrados recai tanto sobre os que estão na ponta da pirâmide organizacional como sobre os que apertam o gatilho ou empregam armas de tortura".

"A escalada da violência, que até agora já deixou um rastro de mais de 100 vítimas civis, culminou com o ataque à Assembleia Nacional, o símbolo da Venezuela democrática, em 5 de julho".

O documento inclui uma lista com os nomes e dados de 92 pessoas mortas (até o dia 10 de julho) nos protestos na Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:MortesNicolás MaduroOEAVenezuelaViolência política

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado